Data reforça reflexão sobre as cidades que construímos e que estamos construindo
Ontem (31/2022), comemorou-se o Dia da Cidade. A data indicada pela Organização das Nações Unidas, celebra uma das mais antigas e importantes criações humana, a cidade. A data procura conduzir a uma reflexão sobre as complexidades e contradições encontradas nas cidades, onde vive a maior parte da população global. Apesar da data ressaltar uma abordagem em contexto mundial, cada cidade tem suas particularidades e que devem ser tratadas por seus agentes locais.
A colossal desigualdade socioespacial entre os diversos núcleos habitacionais no Brasil, tornam-se desafios gigantescos, construir no país cidades mais humanas, resilientes e sustentáveis para todos.
De acordo com dados do IBGE, de 2015, 85% da população brasileira vive em 5570 cidades, concentrando especialmente nas regiões sudeste, o maior índice de urbanidade, onde 95% da população vive na cidade e 7% na zona rural. Desafios como meio ambiente, mobilidade e parcelamento de solo tem sido a tônica nas principais reflexões sobre essa interface estruturadora de cidades na busca da qualidade de vida.
O crescimento demográfico contínuo que compromete diretamente a atual infraestrutura, e que exige reestruturação de saneamento, fornecimento de energia elétrica e de água, construção de novas escolas, ampliação de sistemas viários entre outros, implica em planejamentos de longo prazo. Especialistas afirmam que ao concluir um planejamento urbanístico para o futuro, deve-se já iniciar outro, tão dinâmico é a transformação urbana e tão complexa são as demandas.
A conurbação é outro desafio de alta complexidade urbanística, que exige planejamentos integrados entre as cidades vizinhas. No Vale do Aço, a primeira região metropolitana do interior de Minas Gerais, fora do âmbito da região metropolitana da Grande BH, formada por Coronel Fabriciano, Ipatinga, Santana do Paraíso e Timóteo, vivencia desafios complexos quanto a conurbação, exemplificado no município de Santana do Paraíso, que se tornou válvula de escape para o contínuo crescimento demográfico da vizinha Ipatinga.
Também em Coronel Fabriciano, que no passado recebeu a alcunha de cidade dormitório para os diversos empregados das siderúrgicas em seus distritos, após a emancipação de Timóteo, sede da Acesita e Ipatinga, sede da Usiminas, os tributos restringiram aos seus respectivos municípios emancipados, deixando Coronel Fabriciano com o ônus habitacional, sem a contrapartida das empresas empregadoras.