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Um dos mais ilustres noverenses, comemoraria neste 4 de maio 100 anos de vida

Eliezer Batista da Silva nasceu em 1924, período em que a abertura da Estrada de Ferro Vitória a Minas aproximava-se de sua cidade natal, Nova Era (MG). Coincidência ou não, seu nome permanece fortemente associado ao desenvolvimento ferroviário brasileiro.

Eliezer Batista nasceu em 1924, período que os trilhos da EFVM aproximava-se de São José da Lagoa (Nova Era), então distrito pertencente a Itabira

 

O engenheiro ferroviário ingressa na ferrovia quando essa passava por intensa retificação   

Formato em Engenharia Ferroviária pela Escola de Engenharia da Universidade do Paraná em 1948, um ano depois, em 1949, é contratado pela Cia. Vale do Rio Doce, empresa até então inexpressiva, encampada no governo de Getúlio Vargas na mesma década.

Em 1961, Eliezer Batista torna-se o primeiro presidente da mineradora oriundo de seus quadros de funcionário, nomeado por Jânio Quadros (em seu último ato oficial antes da renúncia), vindo a transformar a empresa numa das maiores companhias do mundo. Permanecendo na presidência até 1964, quando foi deposto pelo regime militar, em 1979 é reconduzido à presidente da mineradora, permanecendo até 1986.

Filho de José Batista da Silva e de Maria da Natividade Pereira. Casou-se com uma alemã natural de Hamburgo, Jutta Fuhrken, e desse casamento nasceram 7 filhos, dentre eles, Eike Batista, empresário que, em 2012, chegou a ser o sétimo homem mais rico do mundo.

Em 2009, já viúvo de Jutta, casou-se com a dentista, professora e ex-reitora da Universidade Federal de Pelotas, situada no estado do Rio Grande do Sul, Inguelore Scheunemann, com quem esteve unido até seu falecimento.

Eliezer faleceu no Rio de Janeiro em 18 de junho de 2018.

Distância Econômica

Poliglota autodidata, aprendeu sozinho russo, inglês, alemão, francês, italiano e espanhol, e adquiriu noções básicas de grego.

À frente da CVRD, percebendo a necessidade dos japoneses de expandir seu parque siderúrgico, grandemente danificado pela Segunda Guerra Mundial, Eliezer criou o conceito, então inédito, de “distância econômica”, o que permitiu à Vale entregar minério de ferro, através do Porto de Tubarão, ao Japão – antípoda do Brasil – a preços competitivos com o das minas da Austrália, sua vizinha.

Eliezer Batista entre japoneses

Tal empreendimento firmado em contratos de exportação, válidos por 15 anos, com 11 siderúrgicas japonesas, num total de cinco milhões de toneladas/ano, lhe rendeu a mais alta condecoração do Japão, por ter causado uma verdadeira ‘revolução’ no sistema de transporte marítimo-ferroviário de granais sólidos e líquidos mundial.

Foi ministro das Minas e Energia do gabinete Hermes Lima (1962–1963) no governo do presidente João Goulart (1961–1964). Neste período, implantou o projeto do Porto de Tubarão, uma joint venture entre o Brasil e o país oriental.

Ainda como ministro de João Goulart, exerceu o cargo de presidente do Conselho Nacional de Minas e Energia e da Comissão de Exportação de Materiais Estratégicos. Com a deposição de João Goulart, pelo golpe militar de março de 1964 foi sumariamente demitido da presidência da Vale e acusado, por alguns grupos militares, de ser “comunista”, e esteve ameaçado de ser preso; salvou-o o Presidente Castelo Branco, que entretanto “aconselhou” que ele deveria ser presidente da Caemi, uma mineradora privada: “Era Caemi, ou cadeia. Não foi difícil escolher”.

No ano de 1967, fundou a Aracruz Florestal, uma empresa de produtos florestais. Sua localização em Aracruz foi escolhida devido à proximidade com a costa e à possibilidade de transporte mais econômico.

A Aracruz Florestal foi uma das diversificações da Cia Vale do Rio Doce

Segundo Eliezer Batista, “a Aracruz é um projeto modelo em 360 graus, porque não se descuidou de nenhum aspecto importante; desde do lado ético, do lado tecnológico. Ele é um projeto completo, ideal e modelo.”

Na década de 1970, fundou outra empresa na região do Médio Rio Doce, voltada a floresta renovável, hoje, a Cenibra.

Como presidente da Vale pela segunda vez, foi o responsável pelo Projeto Grande Carajás, oficialmente conhecido por Programa Grande Carajás (PGC), que passou a explorar as riquezas da província mineral dos Carajás – abrangendo uma área de 900.000 km², cortada pelos rios Xingu, Tocantins e Araguaia, e engloba terras do sudoeste do Pará, norte de Tocantins e oeste do Maranhão.

O Projeto Carajás, implantado por Eliezer Batista quando assumiu a presidência da CVRD pela 2ª vez

Em 1990 recusou um convite para fazer parte da equipe ministerial de Fernando Collor de Mello (1990-1992). Entretanto, em 1992 assumiu a Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), onde direcionou a atuação da Secretaria para os problemas ligados ao desenvolvimento econômico do país, especialmente a crise do setor elétrico. Deixou este cargo ainda em 1992, no início do processo de impeachment do presidente Fernando Collor de Mello.

Em 1997 tornou-se um dos fundadores do Conselho Empresarial Brasileiro de Desenvolvimento Sustentado (CEBDS) deixando neste ano a Rio Doce Internacional e assumindo uma cadeira no Conselho Coordenador de Ações Federais do Rio de Janeiro, da Federação das Indústrias do estado (Firjan). No segundo governo de Fernando Henrique Cardoso (1998-2002), foi membro do Conselho Coordenador das Ações Federais no Rio de Janeiro, órgão ligado à presidência da República.

Prêmios e honrarias

Foi agraciado com o Prêmio Eminente Engenheiro do Ano.

Foi agraciado com a condecoração da Ordem do Sol Nascente, segunda maior honraria concedida pelo governo japonês, que lhe foi entregue pessoalmente pelo imperador Hirohito

Recebeu o título de honoris causa da Academia Russa de Ciências.

Foi professor catedrático da Escola Politécnica do Espírito Santo.

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