Iniciando na fabricação de ferro-gusa, a Acesita fornecia aço inoxidável para diversos segmentos industriais e doméstico
Planta da Aperam em Timóteo (MG) – Foto: Elvira Nascimento
A história da Cia. Aços Especiais Itabira, Acesita, pode ser contada por meio de inúmeros capítulos distintos, porém, interligados por uma historicidade dinâmica entre a criação da empresa, sua instalação, formação da vila operária, mercado, desenvolvimento de produtos e por fim, sustentabilidade socioeconômico e ambiental
Provavelmente, o desenvolvimento de produtos, juntamente com a evolução dos equipamentos produtivos se destacam como os capítulos que mais representam o dinamismo e a transformação na trajetória histórica da empresa, que tem a inovação como estratégia para sua própria perpetuação.
Homens que faziam do próprio braço uma extensão da alavanca, trabalhando dia a dia na porta do Alto-Forno, davam o ritmo da fabricação do gusa.
Trabalhadores desfilando com produtos fabricados pela Acesita em festa cívica – Foto: Acervo Fundação Aperam Acesita
Sua efetiva industrialização tem início em abril de 1949, quando a empresa comemora a primeira corrida de gusa no Alto-forno nº 1, período também de instalação dos equipamentos de laminação e inauguração da forjaria. Idealizada para uma capacidade de produção de um milhão de toneladas de aço por ano, a usina atingiu este nível de produção previsto, 15 anos depois.
Em 1950, a Acesita efetua a primeira venda de gusa, para uma companhia inglesa, a Transportation Line Inc.
Após a conclusão da usina hidrelétrica na localidade de Sá Carvalho, há 20 km de sua planta, a Aciaria entra em operação.
Visando atender as necessidades da própria empresa, como manutenção de seus próprios equipamentos, a Acesita instala o setor de fundição. As peças em ferro, aço, bronze, chumbo e cobre além de auxiliar sua manutenção, produzia panelas de escória, lingotadeiras e outros.
Nos primórdios de sua atividade produtiva, a forjaria foi a principal responsável pelo faturamento da empresa, onde se fabricava ferramentas agrícolas, como facões, enxadas, pás e machados.
Em 1951, Aciaria Bessemer entra em funcionamento para dar início à produção de aços comuns e especiais.
A Aciaria no início de sua operação – Foto: Acervo Fundação Aperam Acesita
O crescimento da produção culminou na criação da subsidiária Forjas Acesita S/A, em 1974, junto com a empresa japonesa, a Sumitomo Metal Industries Ltd. Inaugurada em 1977, a empresa dedicava à fabricação de barras forjadas, anéis, discos e peças para manutenção em geral, voltada para a indústria elétrica, prospecção de petróleo, de automóveis, caminhões e tratores.
Antes porém, por volta de 1952, a Acesita inicia estudos para seu crescimento e expansão, quando em parceria com a empresa alemã Demag cria o Núcleo de Expansão da Usina – NEU. Entra em operação a Laminação de Chapas de Aço Silício e a Fábrica de Oxigênio. Destaca-se também a nova função da forjaria, iniciando a produção em série para a indústria automobilística, colocando a empresa em sintonia com o plano de desenvolvimento do governo de Juscelino Kubitschek.
A performance da Acesita levou a empresa abrir escritório em São Paulo, onde concentrava o maior parque industrial do país, em Porto Alegre e Recife, juntando então com o escritório do Rio de Janeiro, sede da Companhia.
A produção de aços elétricos inicia-se em 1955, sendo o único produtor de aço elétrico de grão orientado (GO) e não orientado (GNO) da América Latina.
A primeira fase da expansão em 1961, previa a instalação do Forno Elétrico de Redução, o edifício da nova Laminação, a rede de água industrial, o início das obras da Sinterização, trens desbastadores e poços elétricos.
Adiada, em 1966, com crédito especial concedido pelo Banco do Brasil, a Tecnometal – Estudos e Projetos Industriais elabora um novo plano de expansão em duas etapas: a primeira contava com uma Fábrica de Oxigênio Hitachi, Processamento de Dados, o Trem de Chapas Mecanizado, o Forno-poço e o LD2, sendo a segunda: Alto-Forno nº 2, Lingotamento Contínuo, Laminação de tiras a Quente, Laminação a Frio de Chapas de Aço Silício e de Aço Inoxidável, além de ampliar a capacidade da Aciaria. Em 1969 entra em execução a primeira etapa da expansão pela empresa americana ARMCO. A previsão era produzir 490.000 t/ano.
Juntamente à expansão da usina, a Acesita adquire novas áreas para o reflorestamento de eucalipto, garantindo assim a matéria prima para os Alto-Fornos.
Em 1977, a Acesita inicia a produção dos primeiros aços inoxidáveis, vindo em 1980, laminar a primeira bobina de aço elétrico de grão orientado, em caráter experimental.
Em 1992, a empresa é privatizada, e em 2007, adquirida pela ArcelorMittal.
Com o desmembramento oficial do segmento inox do grupo ArcelorMittal em 2011, dando origem à Aperam, a unidade Brasil passa a se chamar Aperam South America.
Aço inoxidável, elétrico e carbono especial, asseguram a siderúrgica em lugar de destaque na industrialização de aços de alta performance, em um mercado crescente.
Bobinas de aço – Foto: Elvira Nascimento
O aço inoxidável estrutura-se fisicamente de acordo com a sua finalidade nos diversos segmentos, sendo:
Aço Inoxidável Austenítico
Durável, resistente à corrosão, alta ductilidade, baixa tensão de escoamento, alta resistência à tração, boa soldabilidade, ampla gama de aplicações
Utilizados em equipamentos industriais
Aço Inoxidável Ferrítico
Magnético, baixa expansão térmica, resistência à oxidação em alta temperatura, excelente resistência ao escoamento, alta resistência mecânica
Utilizados em eletrodomésticos, fogões, geladeiras etc.
Aço Inoxidável Martensítico
Endurecido por tratamento térmico, alto nível de resistência mecânica
Utilizados em utensílios domésticos, como talheres etc.
Aço Inoxidável Duplex
Elevada resistência à corrosão, durável, ideal para o processo de conformação, baixa necessidade de manutenção, ideal para usos industriais em ambientes agressivos.
Utilizados em alta temperatura.
O aço inoxidável está presente na forma de:
Bobinas e Folhas – Tubos – Discos – Barras Planas – Tira de Precisão – Placas Pesadas – Aço Carbono
A Aperam é a única siderúrgica no mundo a produzir aços planos especiais com 100% de carvão vegetal. Por ser produzido com fonte de energia limpa e renovável, seu aço é caracterizado como Aço Verde.
O carvão vegetal produzido pela Aperam BioEnergia na região do Jequitinhonha, resgata da atmosfera 2,9 toneladas de Co2 para cada tonelada de gusa produzido gerando então, crédito de carbono.
Aço carbono
Os aços carbono são amplamente utilizados por diversos setores, incluindo construção civil e mecânica, relaminação, peças automotivas, móveis, tubos, equipamentos agrícolas, eletrodomésticos e peças com leve conformação ou dobra.
