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Abrigando três Patrimônios Culturais da Humanidade, a Estrada Real é a maior rota turística do país

Mais de 60% do patrimônio histórico do país está em Minas Gerais. Apesar da capital do império ser instalado no Rio de Janeiro, foi nas montanhas de Minas Gerais que a Colônia teve seu apogeu econômico, em virtude da descoberta dos inúmeros depósitos naturais de ouro e pedras preciosas.

Ouro Preto, tombado pela Unesco como Patrimônio Cultural da Humanidade, foi o maior núcleo de exploração aurífera da Colônia – Foto: Elvira Nascimento

A ambição pelo ouro levou os bandeirantes ao desbravamento da região central da Capitania de São Paulo e Minas de Ouro, onde fundaria grande parte dos núcleos de mineração aurífera, que povoaram-se tornando-se curatos, freguesias, vilas, distritos e, hoje, cidades históricas de alta relevância turística e cultural. Estes agrupamentos humanos foram ligados por uma estrada que assegurava à Coroa Portuguesa o transporte da riqueza produzida. Abre-se então o Caminho Velho, ligando Vila Rica, primeiro grande produtor de ouro, a Paraty. Posteriormente, abriu-se outro caminho, ligando Vila Rica ao Rio de Janeiro, denominando-o Caminho Novo. Este estendia-se até a região do Jequitinhonha, onde descobrira-se grandes depósitos de diamante, este denominado Caminho dos Diamantes. Outro caminho é aberto na região central da Capitania, o Caminho do Sabarabuçu. Estava aberta então a primeira grande estrada construída na colônia pela Corte, vindo a ser conhecida como Estrada Real.

Sinalizada para exploração turística, a Estrada Real percorre cerca de 1.600 km – Foto: Elvira Nascimento

Com uma extensão de cerca de 1.630 quilômetros de extensão, desde o Rio de Janeiro a Diamantina, a maior parte da Estrada Real encontra-se no território mineiro cortando hoje 199 municípios, que surgiram em suas imediações.

O registro da Estrada Real como Patrimônio Nacional foi publicado no Diário Oficial da União no dia 20 de outubro. A riqueza histórico cultural da Estrada Real é ratificada por meio dos 40 bens tombados como Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais pelo Iepha-MG. São eles: Barbacena, Carandaí, Catas Altas, Caxambu, Conceição do Mao Dentro, Congonhas (que abriga o Santuário do Senhor Bom Jesus do Matosinhos, tombado pela Unesco como Patrimônio da Humanidade), Conselheiro Lafaiete, Diamantina (também tombado como Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco), Entre Rios de Minas, Juiz de Fora, Mariana, Ouro Branco, Ouro Preto (outro patrimônio tombado pela Unesco), Passa Quatro, São Lourenço, Sabará, Santa Bárbara, Santos Dumont, Serro e Simão Pereira.

Santuário do Senhor Bom Jesus do Matosinhos, tombado pela Unesco como Patrimônio Cultural da Humanidade, em Congonhas – Foto: Elvira Nascimento

O título de Patrimônio Nacional vem em boa hora, quando Minas é classificada como o maior destino turístico histórico do país, e vem conquistando índices elevados de visitação. A iniciativa além de contribuir com a preservação da história do povo mineiro, fortalece a atividade turística e promove a geração de emprego e renda. A história da Estrada Real está ligada a expansão social e econômica de Minas Gerais. Além do ouro e pedras preciosas, tropeiros e comerciantes também trafegaram por este caminhos, integrando os diversos grupos sociais que representam hoje a diversificada identidade cultural dos mineiros.

A descoberta de diamantes na região do Jequitinhonha leva a Coroa Portuguesa estender a Estrada Real até a região de Diamantina, outro Patrimônio Cultural da Humanidade – Foto: Elvira Nascimento

A Lei 14.698, sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, teve origem no projeto de lei 1.854/2021, do deputado federal Reginaldo Lopes e aprovado pela Comissão de Educação e Cultura do Senado.

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