Uma história de resiliência e superação marca a trajetória da colaboradora da Aperam
Fotos: Elvira Nascimento
Chaiane Lorena de Jesus atuou como operadora siderúrgica na usina – Foto: Elvira Nascimento
Chaiane Lorena de Jesus, 32 anos, nasceu prematura aos seis meses. Com o parto antecipado, teve paralisia cerebral, só descoberta 4 anos mais tarde porque ela não conseguia andar. Foram 12 cirurgias ao longo da vida, acompanhadas de isolamento social, dificuldades para frequentar a escola e solidão. O preconceito agravava sua dor. “Nunca me esquecerei do dia em que o pai de um coleguinha disse que ele não poderia brincar comigo porque eu tinha deficiência”, conta.
No entanto, Chaiane não só enfrentou esses obstáculos, como os transformou em degraus. Desde cedo, ela mostrou uma capacidade incrível de superar limitações físicas – a paralisia cerebral atingiu a parte motora. Em 2021, tornou-se operadora siderúrgica na Aperam South America, uma área que poderia ser um desafio. “Eu operava as pontes que transportavam as placas de aço na aciaria. E executei com precisão um serviço complexo que muitos duvidavam que eu tinha capacidade, menos a Aperam”, orgulha-se.
Chaiane na ponte rolante da Aciaria, equipamento que operava – Foto: Elvira Nascimento
Ficou nessa área por dois anos até ser transferida recentemente para Fundação Aperam Acesita como assistente administrativa. Agora, o mais novo desafio. No dia 10 de julho, por sua história inspiradora, ela foi eleita membro titular do Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência de Timóteo, por unanimidade.
E está muito feliz em poder ajudar a levar a pautada inclusão de pessoas com deficiência a um novo patamar na cidade. Como vice-presidente do conselho, Chaiane tem planos audaciosos para promover a acessibilidade no Vale do Aço e ampliar o entendimento sobre as necessidades das pessoas com deficiência.
Chaiane operando o equipamento – Foto: Elvira Nascimento
Em sua jornada, ela encontrou mentores que a apoiaram e encorajaram, mostrando-lhe que não há limites para suas realizações. E não vê a deficiência como uma barreira, mas como um impulso para desafiar os padrões sociais feitos por pessoas sem deficiência e inspirar mudanças significativas. “Eu agradeço muito toda força que recebi na Aperam e agora recebo na Fundação. Pensei em desistir, porque não é fácil, mas fui sempre puxada para cima na empresa. Um ambiente muito acolhedor”.
Programa de Inclusão
Rodrigo Heronville, diretor de Gente e Gestão da Aperam – Foto: Elvira Nascimento
O diretor de Gente e Gestão da Aperam, Rodrigo Heronville, afirma que garantir esse ambiente inclusivo é uma prioridade absoluta do Programa de Inclusão com Diversidade da empresa, lançado em 2021. O programa tem cinco grupos de afinidade – Pessoas com Deficiência (PcDs), Gênero, o grupo LGBTQIA+, Raça e Geracional – que atuam cooperando para a capilarização das ações previstas nos pilares estratégicos. “O envolvimento direto das lideranças é fundamental para transformar a cultura de uma organização, e sabemos que essa caminhada é longa. Temos cerca de 5.000 pessoas colaboradoras no Brasil e, considerando as pessoas parceiras e terceirizadas, esse número chega a 8.000 pessoas. É um grande ecossistema e queremos levar essa transformação a todos”, afirma o diretor de Gente e Gestão da Aperam, Rodrigo Heronville.
Heronville cita alguns avanços conquistados nos últimos anos, como licença maternidade e paternidade estendidas, geração de quase 200 vagas afirmativas, trailer de lactação, cursos de formação exclusivos para pessoas com deficiência e construção de banheiros adequados. Além disso, a empresa mais que dobrou a participação de mulheres no efetivo total, de 7%, em 2019, para 17% em 2024. Ele diz que essas ações continuam, mas agora é preciso ir além. “Essa é uma jornada que não tem fim, e estamos completamente engajados nela”.