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Quase dois anos depois, monumentos deteriorados mostrados em documentário, continuam abandonados e mal cuidados

Em 2021, a revista Caminhos Gerais realizou um importante vídeo documentário sobre os monumentos das cidades da Região Metropolitana do Vale do Aço, Coronel Fabriciano, Ipatinga, Santana do Paraíso e Timóteo.

O documentário “Monumentos do Vale do Aço” – link disponível no final dessa reportagem – chamou a atenção sobre alguns monumentos totalmente abandonados, sendo deteriorados pelo tempo, como o monumento não identificado no morro da Usipa, ou mesmo depredados por vandalismo, como o “Monumento ao Operário”, doado pela Maçonaria. Este, trata-se de uma bela escultura do artista plástico Rogério Terra, instalado no trevo entre os bairros Horto e Bom Retiro. Com seu braço quebrado e seu martelo furtado, a obra de arte que simboliza a saga dos operários que trabalharam na construção da cidade e da siderúrgica está inerte, simbolizando um outro contexto, o descaso da população com seus símbolos.

Instalado pela Loja Maçônica Lírio do Vale, entre o bairro Horto e o Bom Retiro, o “Monumento ao Operário” concebido pelo artista plástico ipatinguense, Rogério Terra, permanece com seu braço quebrado – Foto: Acervo Revista Caminhos Gerais

 

Sem identificação, o monumento em aço, no morro da Usipa, encontra-se desde então abandonado no meio do mato – Foto: Acervo Revista Caminhos Gerais

Em Timóteo, o “Monumento aos Pioneiros” também permanece como sempre esteve, avariado, tendo a escultura do menino com o braço quebrado. Este monumento, como outros que vem recebendo pouca ou nenhuma atenção, aos poucos perdem seu verdadeiro significado que é transmitir ou perpetuar para a posteridade a lembrança de grandes vultos, acontecimentos marcantes ou mesmo uma manifestação cultural representativa, tornando-se em alguns casos um estorvo urbano.

Simbolizando os pioneiros de Timóteo, o braço do menino em bronze patinado, concebido pela artista Ângela Athaíde, há anos encontra-se quebrado – Foto: Elvira Nascimento

 

Do busto do ex presidente Arthur da Costa e Silva, restou apenas o pedestal, no Centro de Ipatinga – Foto: Acervo Caminhos Gerais

Os monumentos, além de sua beleza artística e arquitetônica, representam também os valores intrínsecos na construção de uma sociedade. Sua valorização, proteção e conservação representam também o comprometimento desta sociedade com a sua história e sua cultura.

Desde a exibição do documentário, o tempo passou e os mesmos monumentos depredados continuam depredados, revelando o desapreço que estes símbolos estão condenados. Não apenas ao poder público confere a responsabilidade de cuidar da manutenção dos monumentos, mas também seus doadores, organizações privadas, ou mesmo a própria sociedade, por meio de programas como: adote um monumento.

Obras de artistas reconhecidos internacionalmente

Não só o abandono denota-se nos monumentos do Vale do Aço. A beleza e a representatividade de obras de arte concebidas por escultores reconhecidos internacionalmente, como Tomie Ohtake, Vilma Nöel, Amilcar de Castro e Leo Santana, realçam aos olhos dos transeuntes nas diversas áreas públicas das cidades da Região Metropolitana do Vale do Aço.

 

O imponente “Monumento Diálogo”, em aço, de Tomie Ohtake, celebra os 40 anos da Usiminas, – Foto: Elvira Nascimento

 

Ainda avariado por um acidente, o belo “Monumento Millenium” em metal, de Vilma Nöel, representa o alvorecer da industrialização do Vale do Aço – Foto: Elvira Nascimento

 

O “Monumento ao Trabalho” em aço, de Amilcar de Castro no Centro de Ipatinga – Foto: Elvira Nascimento

 

O “Monumento à Declaração Universal dos Direitos Humanos”, de Leo Santana, confeccionado pela Emalto Indústria Mecânica em aço inoxidável, encontra-se em frente à prefeitura de Coronel Fabriciano – Foto: Elvira Nascimento

 

O belo monumento “Sinergia” em aço inoxidável, de Vilma Nöel, que representa a união das cidades do Vale do Aço, no passado era seguidamente visitado como atração turística, porém, encontra-se hoje sem água e sem iluminação

 

“Monumento ao Tropeiro”, concebido por Mário de Carvalho Neto, também confeccionado em aço pela Emalto, foi doado à Santana do Paraíso em homenagem aos fundadores da localidade – Foto: Elvira Nascimento

 

Com a mesma chapa vazada, um outro “Monumento ao Tropeiro” foi concebido e instalado na comunidade rural de Santa Vitória dos Cocais em Coronel Fabriciano – Foto: Elvira Nascimento

Turismo

Roteiros turísticos destinados à visitação a estas relevantes esculturas poderão reforçar o sentimento de pertencimento e a apropriação destas obras de arte pela sociedade como parte de sua história. Certamente que conhecer e apropriar-se destes patrimônios culturais, a perspectiva de serem melhor cuidados serão mais auspiciosas.

A Caminhos Gerais reedita o documentário “Monumentos do Vale do Aço” onde pode-se ver o impacto que a beleza dessas obras de arte proporcionam a quem aos seus arredores transitam, dentre eles, o Millenium, de Vilma Nöel, o Diálogo, de Tomie Ohtake, o monumento ao Trabalho, de Amilcar de Castro, do Dia Universal dos Direitos Humanos, de Leo Santana, o Sinergia, também de Vilma Nöel, entre outros.

Veja o documentário no link abaixo.

 

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