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A pesquisa científica visa contribuir para a melhoria do status de conservação das espécies ameaçadas de extinção

Os pesquisadores Kleiber José Vaz de Melo Barbosa, Lohanny Michele Fontes da Silva, Paula Soares Lopes e Samuel Lucas Brasileiro Silvério, na Serra dos Cocais – Foto: Sérgio Mourão

A Serra dos Cocais em Coronel Fabriciano está no mapa de pesquisas de uma equipe vinculada à Universidade Federal de Viçosa, que tem como meta diagnosticar espécies da mastofauna e avifauna do Alto e Médio Rio Doce e do Parque Estadual dos Sete Salões em Resplendor, bem como de seus entornos.

A pesquisa científica visa contribuir para a melhoria do status de conservação das espécies ameaçadas de extinção in situ, assim como fomentar programas de conservação ex situ das duas espécies do sagui-da-serra e integrar a comunidade local nas ações de conservação, conciliando conhecimento, ciência e turismo ecológico.

O projeto é coordenado pelo prof. Fabiano R. de Melo, do Dep. De Engenharia Florestal da UFV, é gerido pela Sociedade de Investigações Florestais (SIF) e é financiado pela Fundação Renova, com previsão  de ocorrer no longo dos próximos três anos.

A equipe em pesquisa na Serra dos Cocais era formada pelo gestor ambiental e pesquisador do projeto, Kleiber José Vaz de Melo Barbosa; Lohanny Michele Fontes da Silva, graduanda de Medicina Veterinária e Pesquisadora Iniciação Científica; Paula Soares Lopes, Médica Veterinária e Pesquisadora Mestranda e o biólogo Samuel Lucas Brasileiro Silvério, mestre em Biologia Animal e pesquisador do projeto. Os pesquisadores coletaram uma armadilha fotográfica instalada em 2022 numa área com predominância de vegetação original.

Segundo o biólogo Samuel, é a segunda vez que eles percorrem a Serra dos Cocais em busca de mamíferos e aves terrestres. Na serra, amplamente coberta pela monocultura do eucalipto, a equipe registrou a presença do sagui-da-cara-branca (Callithrix geoffroyi). Embora o sagui-da-cara-branca não seja uma espécie alvo do projeto, porém é um animal que chama a atenção.

O sagui-da-cara-branca é encontrado na Serra dos Cocais – Foto: Samuel Lucas Brasileiro

“Na região do Alto e Médio Rio Doce e no PESS, fizemos uma busca pelos primatas ameaçados, conseguindo registrar o sagui-da-serra (Callithrix flaviceps); o sauá ou guigó (Callicebus nigrifrons); a onça-parda (Puma concolor); por meio de pagadas e vezes, a anta (Tapirus terrestres); o jaó-do-sul (Cryptullerus noctivagus) e a jaguatirica (Leopardus pardalis), apontou Samuel. O biólogo disse ainda que a localização exata dos registros, não podem ser reveladas visando a proteção dos bichos e a produção da pesquisa acadêmica.

Com duração de quatro anos, o trabalho dos pesquisadores tem as vertentes da educação ambiental e do ecoturismo, que serão fomentadas a partir da conclusão dos estudos.

Uma outra frente de pesquisa acontecia em uma mata no Médio Rio Doce, tendo a bióloga mestra em Biologia Animal e Pesquisadora Doutoranda, Ayessa Oliveira, o graduando Vítor Peluso, o técnico em agropecuária, Abílio Vilela, a bióloga Dra. Ecologia Aplicada e Pesquisadora de Pós-doutorado, Adriana Pereira Milagres e a médica veterinária, Dra. Ana Yasha Ferreira de La Salles.

À revista Caminhos Gerais, Samuel salientou a importância da participação da comunidade na manutenção das florestas, contribuindo efetivamente com o conhecimento científico e sobretudo com a preservação do meio ambiente. “Um alinhamento entre comunidade, universidade e poder público sobre as ações adequadas asseguram a conservação das espécies”, disse o pesquisador.

O turismo na Serra dos Cocais

A deslumbrante vista do Mirante do Coronel – Foto: Elvira Nascimento

A Serra dos Cocais, tem sido nos últimos anos uma região com grande propensão para o desenvolvimento do ecoturismo. A região além de proporcionar uma das mais belas vistas panorâmicas da região, onde pode ser contemplada por vários mirantes naturais, como os Mirantes do Coronel, Ver a Cruz e o Mirante do Cachoeirão, pode-se respirar o ar puro das montanhas e curtir um clima ameno, predominante durante todo o ano. Nas áreas onde a vegetação original ainda se mantem intocada, pode-se observar as samambaias e as candeias com seus troncos avermelhados comprovando a qualidade do ar.

A coloração avermelhada no tronco das árvores comprova a qualidade do ar no alto da serra – Foto: Mário de Carvalho Neto

 

A vegetação típica da serra ainda pode ser observada em alguns locais – Foto: Mário de Carvalho Neto

 

As resistentes candeias também integram à paisagem da região – Foto: Mário de Carvalho Neto

Outros relevantes atrativos naturais são as cachoeiras que formam os ribeirões que serpenteiam pelas íngremes encostas. As manifestações culturais, como a Marujada dos Cocais e o Batuque, uma antiga dança sobre um tablado de madeira ao som de tambor e sanfona remetem aos primórdios, quando os tropeiros cortavam a serra com destino às cidades coloniais.

Na Serra dos Cocais, pode-se apreciar também a legítima gastronomia mineira e reforçar a fé nas tradicionais festas religiosas como a Festa das Marias e dos Josés e de Nossa Senhora do Rosário, além da Festa do Tropeiro, no Dia Municipal do Tropeiro.

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