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Desde o início do mês, o padroeiro da cidade, São José, é reverenciado com intensa festividade

Nova Era, a bucólica cidade colonial no Médio Piracicaba, que coleciona em sua história três denominações, sendo São José da Lagoa, nome dado pelo bandeirante no século XVIII, Presidente Vargas, em 1938, e o nome atual Nova Era, em 1943, vem celebrando desde o início do mês, o dia do padroeiro, São José.

Segundo a historiografia de Nova Era, em 1703, o bandeirante Antônio Dias de Oliveira à procura de metais preciosos, funda o arraial no dia de São José. Era de costume denominar as localidades fundadas com o nome do santo de dia.

Em uma das mais remotas fotografias de São José da Lagoa, a maior referência histórica, a Matriz de São José é marco da devoção ao santo padroeiro

 

No mesmo ângulo, o conjunto arquitetônico da Praça da Matriz encontra-se restaurado e preservado como Patrimônio Cultural do Município, enquanto em seu entorno, a cidade desenvolve-se – Foto: Elvira Nascimento

A denominação São José da Lagoa ficou no passado, porém o costume de reverenciar o santo padroeiro da cidade tornou-se uma rica tradição, onde uma série de atividades culturais abrilhanta as festividades.

Festa de São José

As festividades teve como ponto de partida a boa música no show de Mário & Banda – Foto: Divulgação

As comemorações do Dia de São José, coincidem com as celebrações da Igreja Católica, que tem São José como Padroeiro.

Em 2020, completou-se 150 anos da declaração de São José como Padroeiro da Igreja Católica, feita pelo Beato Pio IX. O Papa Pio XII o apresentou como “Padroeiro dos Operários”

Já o Papa Francisco, identificou o santo como o homem que amou Jesus com o coração de pai, por ocasião do 150º aniversário da declaração de São José como padroeiro Universal da Igreja.

Protagonismo religioso 

A religiosidade tem seu protagonismo na formação política e social da cidade. Em 1750, São José da Lagoa configurava-se como capela curada pertencente à Freguesia de Rio Piracicaba, depois de ter estado, eclesiasticamente subordinada a Caeté e, posteriormente, a Santa Bárbara. Em 1832, ainda sob a condição de capela curada, passou a pertencer à Freguesia de Antônio Dias. Dada a criação da paróquia, o arraial transforma-se em distrito, subordinado a Itabira, em outubro de 1848.

Barroco e Rococó

Em seus elementos decorativos, percebe-se a exuberância da arte barroca e rococó, bem como a múltipla devoção expressa nas diferentes figurações religiosas, como São Joaquim, Nossa Senhora das Mercês, Nossa Senhora do Rosário, Santa Efigênia, São Benedito, Santa Mestra, São Francisco das Chagas, São Sebastião e São João Batista. Dentre estes elementos, encontra-se trabalhos do escultor e entalhador Francisco Vieira Servas, contemporâneo de Aleijadinho que escolheu o Médio Piracicaba para expressar toda a sua arte.

A exuberância do Barroco e do Rococó no altar e nos retábulos, revela a pujança da mineração colonial no Arraial de São José da Lagoa – Foto: Elvira Nascimento

A agropecuária

A extração do ouro atraiu a vinda dos primeiros moradores, mas com a decadência da exploração aurífera, a atividade garimpeira foi substituída pela agropecuária. Diversas fazendas foram surgindo nos arredores do símbolo maior do núcleo urbano, a Igreja de São José.

A Fazenda da Vargem, importante referência do ciclo agropecuário

 

Restaurada e transformada em Parque Municipal da Fazenda da Vargem, o local é um importante centro cultural do Médio Piracicaba – Foto: Elvira Nascimento

Em sequência ao desenvolvimento da localidade e a criação do distrito, em 1938, emancipa-se com o nome de Presidente Vargas, vindo a denominar-se Nova Era, em 1943.

Neste período, um novo fluxo de desenvolvimento é notabilizado devido à chegada da Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM) e à instalação das indústrias de João Monlevade e da atual Região Metropolitana do Vale do Aço, as quais Nova Era passa a ter acesso com a estruturação da BR-381. A descoberta das esmeraldas no território novaerense também impulsionou o desenvolvimento do município.

A chegada do trem proporciona uma nova dinâmica socioeconômica em Nova Era – Foto: Diló

 

As sonhadas esmeraldas dos bandeirantes são encontradas em Nova Era séculos depois, em Capoeirana – Foto: Acervo Revista Caminhos Gerais

A culinária, o artesanato, as manifestações tradicionais populares e eventos festivos, tais como o Carnaval, a Cavalgada e as comemorações religiosas das festas de São José da Lagoa, ao lado do aniversário da cidade, e do dia de Nossa Senhora do Rosário, remetem à historiografia social da cidade.

A preservação das tradições culturais e de seu patrimônio histórico e artístico, tem sido uma política vigorosa de salvaguarda cultural.

 

Tombado como Patrimônio Cultural Imaterial de Nova Era, os Pastéis de São José se mantém como favoritos durante as festividades – Foto: Divulgação

As festividades que vem se ampliando a cada ano, iniciou-se no dia 10 de março, com o tradicional show de Mário & Banda. Do dia 10 até domingo (19), quando comemora-se o aniversário de Nova Era, acontece a tradicional feira no adro da igreja, onde saboreia o Pastel de São José, atualmente, tombado como Patrimônio Imaterial do município.

Shows e procissão

Hoje (16) à noite, na sequência das festividades haverá apresentação de dois shows. Amanhã, (17), apresentam as bandas Três Lados Iguais e Raine Augusto. Dia 18, sábado, apresentarão Manacá da Serra e Rodrigo Peso e Banda.

Domingo, dia do aniversário (19/03), além de missas, solenidades e atividades na Praça Kid, na parte da manhã acontecerá um saudável passeio ciclístico seguido de caminhada, partindo da Ponte do Arco, no centro, até a Fazenda da Vargem, com retorno até a Praça da Matriz, onde acontecerá um almoço comemorativo.

À tarde, uma procissão sairá da Matriz, onde percorrerá o centro de Nova Era. À noite, outros shows estão previstos para a ocasião, com Elpídio Bastos Olodum e Roda de Samba do Dani Rei, encerrando as comemorações.

Reverenciado como “Pai amado, Pai na ternura, Pai na obediência, Pai no acolhimento, Pai com coragem criativa, Pai trabalhador, Pai na sombra, São José, uma das indicações místicas mais queridas pelo povo brasileiro, é também reverenciado em diversos lugares.

Um Comentário

  • Gilmar soares disse:

    Como é bom recordar é matar a saudades de ver a casa que nascemos vivemos e termos orgulho pois a vida nos coloca na história pra vivermos juntos parabéns pelo trabalho e reportagem.

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