Segundo os produtores, foram mais de 400 mil pessoas reunidas numa área rural, que eles definem como dias de paz e amor.
O festival, realizado na cidade de Bethel, no estado de Nova York tornou-se marco de um dos mais intensos ativismos culturais, o movimento hippie.
Próximo a meio milhão de pessoas ouviram durante três dias muita música
Artistas como Jimi Hendrix, Joan Baez, Carlos Santana, Janis Joplin, The Who, Grateful Dead, Joe Cocker, Tem Years After e vários outros se apresentaram para uma inesperada multidão de jovens, que, por pouco não se tornou uma calamidade pública.
Movimento hippie
Movimento
O movimento hippie surgiu na cidade de São Francisco, na costa oeste dos Estados Unidos, na década de 60. O movimento pregava o amor livre, o respeito à natureza, ao pacifismo, à uma vida mais simples, sem preocupações consumistas, à luta por uma vida menos materialista.
Com a escalada de violência entre Estados Unidos e União Soviética, durante a Guerra Fria, surge um movimento que contesta a violência e o capitalismo: o beat. A cultura beat questionava os valores tradicionais americanos e ocidentais como a moral, o matrimônio, os padrões de beleza e o estilo de vida baseado no consumismo. Sua origem remonta a um grupo de escritores que se reuniram nos anos 50 com o objetivo de criar obras literárias e criticar a sociedade americana. Os principais nomes foram Jack Kerouac, Allen Ginsberg, William Burroughs, Anne Waldman, Elise Cowen, entre outros.
O movimento, herdeiro da cultura beat americana, foi mais além de uma escola literária e criaram um estilo de vida próprio. Desiludidos pelo que acontecia na Guerra do Vietnã, os jovens americanos sentiram-se atraídos pelo discurso de “paz e amor” e “faça amor, não faça a guerra”. Estes, tornaram-se cânones de uma filosofia que confrontava com a política belicista americana, tornando-se ao mesmo tempo para o governo, uma questão de segurança nacional.
Por esta razão, o movimento hippie encaixa-se na vertente da contracultura, pois discorda da cultura dominante. Ainda acreditavam que o consumo de drogas alucinógenas abria a mente às novas possibilidades criativas.
Comunidades alternativas proliferaram pelos EUA
Neste contexto, o LSD – dietilamida do ácido lisérgico, um ácido alucinógeno, difundido por Timothy Leary torna-se uma espécie de portal para o movimento psicodélico, vertente artística, abrangendo um grande número de artistas. Seu uso foi associado também a Aldous Huxley, autor das famosas obras “As Portas da Percepção”, “Admirável Mundo Novo” e “A Ilha”. Outra mente inventiva famosa que considerava a experiência com LSD como uma das mais importantes de sua vida foi Steve Jobs, cofundador e antigo CEO da Apple Inc.
Protesto contra a guerra, participando em marchas nos movimentos feministas e de direitos civis aos afro-descendentes, na linha proposta por Martin Luther King também se convergiam ao ideário hippie.
Protestos contra a Guerra do Vietnã marcou o ativismo pela paz
No Brasil, coincidindo com o período da ditadura militar, o Tropicalismo absorvia os princípios hippie, encabeçado por Maria Bethânia, Caetano Veloso, Gal Costa e Gilberto Gil. Raul Seixas mesclando o rock com ritmos nordestinos, com letras compostas com o escritor Paulo Coelho falavam de outras eras e criticavam o mundo capitalista.
No final da década de 1970, com adventos trágicos, como a morte por overdoses, como Jimi Hendrix, Jim Morrison e Janis Joplin, e o fato da família Manson, uma comunidade hippie estabelecida na Califórnia, ter cometido vários assassinatos e roubos, as luzes do movimento hippie se apagam gradativamente e tornando-se um movimento desacreditado.
Nos anos 70, várias ideias defendidas pelos hippies foram absorvidas pela sociedade. A Pop arte, o ambientalismo, o naturalismo, o veganismo entre outros passaram a fazer parte do dia a dia da sociedade em todo o mundo, sendo cultuado até os dias atuais.
