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Extensão da “Associação Amar e Renascer” instala-se no importante patrimônio histórico e cultural de Santana do Paraíso

No local, onde no passado era chamado de “A Máquina”, devido aos diversos equipamentos de beneficiamento de cereais produzidos na região, como café, arroz, milho, algodão, rapadura e cachaça, e hoje chamado de Cachoeira do Engenho Velho, no Centro de Santana o Paraíso, é sede da AAMAR, Associação Amar e Renascer – Centro de Recuperação de Alcoólatras e Toxicômanos.

A associação, inaugurada em dezembro de 2021, um centro feminino de tratamento de usuárias de bebida alcoólicas e entorpecentes, que já iniciou colocando em prática uma larga experiência de 17 anos, desenvolvida na AAMAR de Itamarandiba (MG), no Alto do Jequitinhonha, desde então, vem acolhendo mulheres vulneráveis à dependências.

A entidade realizou ontem em Santana do Paraíso (05/04) um encontro com a população e diversos agentes da área de assistência social de nome “Encontro de Mulheres que Transformam”, ressaltando a temática da participação da mulher na sociedade.

O prefeito Bruno Morato, abriu o encontro dando as boas-vindas aos presentes, reforçando a parceria da Prefeitura com a AAMAR. Na oportunidade, algumas convidadas compartilharam suas histórias de vida, em narrativas que reafirmam o valor da mulher nos diversos segmentos da sociedade.

O evento “Encontro de Mulheres que Transformam” realizado na AAMAR, reforçou o reconhecimento da importância da mulher na sociedade

 

A produção de artesanato faz parte das ativifdades terapêuticas na AAMAR

Referência nacional

A AAMAR, fundada em 2005 em Itamarandiba, tem um histórico de ter realizado tratamento em mais de 1600 pacientes, tendo recuperado até 80% deles. Referência nacional, a entidade terapêutica recebe pacientes do todo o país, inclusive do exterior. AAMAR está também em Brasília, Salvador e Água Limpa.

Gilberto Fernandes de Araújo, presidente e fundador da AAMAR, que reside em Itamarandiba, afirmou que a AAMAR em Santana do Paraíso tem um futuro promissor. Segundo ele, o empresário do setor de confeitaria no Vale do Aço, Antônio Eugênio, que é seu irmão, e proprietário da Premialy, organiza a formação de um Conselho Deliberativo focado no fortalecimento da entidade e na maior capacidade de acolhimento e atendimento às demandas para a terapia na região, que não são poucas.

Presente no evento o fundador da AAMAR, Gilberto Fernandes de Araújo e a Deputada Estadual, Ana Paula Siqueira, (Rede), presidente da Comissão em Defesa do Direito da Mulher, na Assembleia Legislativa de Minas

No evento, a Deputada Estadual, Ana Paula Siqueira, (Rede), presidente da Comissão em Defesa do Direito da Mulher, na Assembleia Legislativa de Minas, e a primeira deputada negra de Minas Gerais, enfatizou a importância da mulher no contexto social, político e profissional. Além da AAMAR, a política afirmou que, por meio de emendas parlamentares tem direcionados recursos à diversas entidades voltadas à assistência da mulher no estado, bem como fortalecer mecanismos de enfrentamento às desigualdades sociais.

História

Durante o evento, Rita de Cássia Oliveira Alvarez, proprietária da área da antiga Fazenda Cachoeira do Engenho, conhecida hoje como Cachoeira do Engenho Velho, apontou o lugar como destinado a ser um espaço de utilidade pública. A herdeira recordou o ano de 1975 a 1986, quando funcionou o clube de recreação com o nome Paraíso Country Clube. Em 1996, no local, foi criado o Conselho Tutelar da Infância e da Juventude de Santana do Paraíso. Nesse período, criou-se a ONG – CJOC: Centro Educacional João Matias e Célia. Em 2005 e 2006, estudos foram realizados para o local ser sede da ONG, em parceria com a Unileste.  De 2007 a 2017, o Instituto Lumar instalou no local atividades sociais voltadas ao empreendedorismo.

Rita de Cássia Oliveira Alvarez, herdeira da antiga Fazenda Cachoeira do Engenho, concedeu em comodato o histórico espaço à AAMAR por 20 anos

A herdeira do imóvel reafirmou ainda, que em 2017, num encontro com Gilberto Araújo, que ela acredita ser força do destino, o convida a instalar no local uma extensão da AAMAR. Em 2018, sob um contrato de comodato, Rita de Cassia cede o espaço por um período de 20 anos à AAMAR, quando inicia-se então a restauração e recuperação dos espaços físicos, colocando-os em condições de acolhimento de dependentes.

Rita de Cássia, sentindo-se realizada com o que ela considerava a melhor utilização daquele espaço, dizia que a história ali, guardava um passado de muita pujança, prosperidade e felicidade, e que seria justo que se desenvolvesse no local uma atividade humanitária.

Tropeiros

Consta na história de Santana do Paraíso, que a localidade serviu de rancho para os tropeiros que faziam a rota entre o antigo Calado (atual Coronel Fabriciano) a Ferros e as altas regiões de Antônio Dias, Mesquita e Joanésia. Nos arredores da cachoeira, o povoado formou-se com o nome de Taquaraçu, devido abundância da vegetação no local.

Na primeira metade do século XX, João Matias de Oliveira instala no local o que provavelmente pode ter sido o primeiro grande empreendimento agrícola de toda a região do atual Vale do Aço, estabelecendo então a Fazenda Cachoeira do Engenho.

 

O antigo engenho em estrutura de madeira, é um dos poucos valiosos equipamentos do pujante período ainda preservado

Antes mesmo do alvorecer das siderúrgicas na região, as instalações industriais em Santana do Paraíso se destacavam economicamente no Médio Rio Doce. Ali se beneficiavam e exportavam o café para Caratinga, beneficiavam o algodão, onde era vendido em fardos para uma fábrica de tecidos em Itabira, de nome Gabiroba, moía-se milho, transformando-o em fubá, fabricava rapadura e cachaça, e descascava e ensacava arroz. Os cereais, ou chegavam por meio de seu próprio caminhão, o segundo a operar em toda a região, sendo o primeiro pertencente a Selim José de Sales, ou chegavam por meio dos lombos de burros, provavelmente, das derradeiras tropas da região.

Após a morte de João Matias em 1962, o complexo de beneficiamento de cereais declina-se, vindo a encerrar suas atividades naquele ano. Abandonada, as instalações foram aos poucos sendo dilapidadas por invasores e diversos equipamentos furtados, como o alambique de cobre e a taxa para fabricação de rapadura. De todos os equipamentos da sólida beneficiadora de cereais, restaram apenas o forte engenho, a roda d´água, a casinha do moinho e parte do aqueduto, cujas águas giravam o moinho e o engenho.

Segundo o coordenador de projetos da AAMAR, Mário José de Carvalho, a restauração do que restou da antiga fazenda está em vias de ser restaurada, e instalar no local um pequeno gerador de energia elétrica movido à água, já que no local há abundância de água com desnível favorável.

Resquícios do antigo aqueduto que movia o moinho e o engenho, poderá ser revitalizado e mover um pequeno gerador de energia elétrica para mais de 40 casas

Rita de Cassia demonstrava uma felicidade latente com a destinação do que um dia foi um próspero empreendimento de seu pai. Ela acredita que a presença da AAMAR no local, parte da memória de Santana do Paraíso será responsavelmente protegida e preservada para a posteridade.

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