Cerimônia com grande público celebra a retomada do aeroporto
Primeiro desembarque de passageiros na retomada do Aeroporto Regional Vale do Aço – Foto: Elvira Nascimento
Hoje (1/12) pela manhã, após um ano e oito meses fechado para reforma da pista de 2004 km, uma aeronave da empresa Azul Linhas Aéreas Brasileira, aterrizou no Aeroporto Regional do Vale do Aço. Uma solenidade prestigiada com entusiasmo por um grande número de empresários, políticos e representantes do Estado de Minas, dos municípios da região, bem como setor produtivo, marcou a inauguração das novas instalações, que recebeu restauração na pavimentação da pista de pouso e decolagem e sinalização horizontal. De acordo com a Secretaria de Estado de Infraestrutura e Mobilidade (Seinfra), os recursos para os serviços foram de R$13,2 milhões.
Segundo a Azul, a única linhas aéreas a operar no aeroporto, serão cinco voos diários exclusivamente para Belo Horizonte.
A região do Vale do Aço, que representa o segundo maior PIB econômico fora da capital mineira, desde o início do ano 2020 estava desconectado do sistema aéreo brasileiro, tendo apenas o transporte ferroviário e rodoviário como alternativa. Segundo o vice governador Paulo Brant, que esteve presente na cerimônia, os prejuízos estimados em decorrência do fechamento do aeroporto neste período, é imenso. Ele disse ainda que uma região de tal relevância econômica e social não poderia ter sua infraestrutura prejudicada, como ocorreu.
O vice-governador Paulo Brant ressaltou a relevância socioeconômica do Vale do Aço no cenário estadual – Foto: Elvira Nascimento
O prefeito de Coronel Fabriciano Marcos Vinicius, que é vice-presidente da Frente Nacional de Prefeitos, destacou o empenho da Agência da Região Metropolitana do Vale do Aço, sob a direção de João Luiz Andrade, na condução de todo o processo que teve o final feliz, a inauguração do terminal aéreo. Na ocasião, João Luiz ressaltou a elaboração do Plano Diretor Aeroportuário (PDIR), que prevê a expansão da infraestrutura aeroportuária de acordo com a regulamentação de segurança operacional da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e em função do potencial existente na região para a exploração do transporte aéreo de cargas e passageiros, trazendo inúmeros benefícios para a região.
João Luiz Andrade, diretor da Agência da Região Metropolitana do Vale do Aço – Foto: Elvira Nascimento
Segundo Ronam Fernandes, superintendente do aeroporto, está previsto investimentos futuros na ampliação de todo o serviço do aeroporto, como novos hangares, ampliação do prédio atual e outros.
O terreno do terminal ocupa uma área de cerca de 700 000 m² e sua pista é asfáltica, com 2 004 m de extensão e 45 m de largura, enquanto que a estrutura de pátio de manobras tem dimensões de 72,5 m x 285 m. Localizado a 239 metros acima do nível do mar, o aeroporto conta com balizamento noturno, serviço contra incêndio capaz de atender a aeronaves acima de 70 passageiros, Estação Permissionária de Telecomunicações Aeronáuticas (EPTA), posto de combustível de jato (JET A-1) e terminal de passageiros com capacidade de acomodar 150 mil pessoas ao ano. Em relação a dispositivos de segurança da aviação civil, há detector de metal manual e raio X de bagagens. Também há serviço de lanchonete, táxi, locação de veículos e agência de viagens, além de sistema de informações de voo (SIV), esteira de bagagens e carrinhos.
Representantes do setor produtivo, do estado e municípios prestigiaram o evento
História
Criado em 1959 pela Usiminas, com objetivo de atender aos seus empregados, o Aeroporto da Usiminas, como ficou conhecido, localizado no município de Santana do Paraíso, teve suas instalações sob a responsabilidade administrativa da siderúrgica até 2012, quando passou a dividir a administração e operações com a Socicam.
Em 2008, noticiou-se que seria transferido para Bom Jesus do Galho para que a siderúrgica implantasse uma nova planta industrial no local. Com a crise financeira que atingiu o país, os planos da siderúrgica foram abortados e a empresa então passou a investir no aeroporto.
Em 2011, a Usiminas anunciou a realização de modernização do aeroporto no atual local, com a reforma da pista e aquisição de equipamentos de raios X, encerrando a possibilidade de construção de um novo terminal no Vale do Aço no curto e médio prazo. Após o fim das reformas, concluídas em dezembro de 2011, o aeroporto passou a ter capacidade para receber aeronaves com até 110 passageiros.
Em 2016, a empresa deixa o controle do aeroporto, quando a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) determinou que o terminal fosse fechado. Num contrato assinado em caráter emergencial entre a Socicam e a Secretaria de Transportes e Obras Públicas de Minas Gerais (SETOP), o custeio pelo governo estadual e a manutenção pela Socicam ficou garantido até a conclusão da licitação para que uma nova empresa assumisse a administração. Com a mudança, o antigo nome Aeroporto da Usiminas foi alterado para Aeroporto Regional Vale do Aço. Em 2019, a Azul Linhas Aéreas Brasileira suspendeu suas atividades no aeroporto por tempo indeterminado, alegando que a pista não atenderia aos padrões operacionais. No mesmo ano, a Anac interditou a pista para os voos do programa Voe Minas Gerais, em aeronaves de pequeno porte. Ainda em 2019, o ministro da infraestrutura Tarcísio Gomes de Freitas em reunião com o governador Romeu Zema, anunciou o repasse de recursos do Governo Federal para uma reforma emergencial no aeroporto, e em seguida recursos do Fundo Nacional de Aviação Civil para uma reforma definitiva. Em 2020 o aeroporto foi novamente fechado devido a pandemia de Covid-19, quando em outubro foi retomada as obras, inauguradas no dia 1 de dezembro.
