Antônio Dias, cidade originada de um núcleo bandeirante, celebra 3 séculos de existência inaugurando importante Centro Cultural
Instalado em 1º de junho de 1706 à margem do Rio Piracicaba, município celebra seu aniversário, recebendo do poder público um presente digno de sua própria história, o antigo Casarão totalmente restaurado.
Durante a programação das festividades, será entregue à população o Casarão Coronel Manoel de Barros, importante edificação do século XIX totalmente restaurado e adaptado para sediar uma ampla gama de atividades culturais. O espaço cultural contará com área de serviços administrativos, café, auditório, espaço “Viva”, para contação de história, biblioteca, espaço para exposição de artefatos históricos e galerias de arte, espaço para seção de cinema ao ar livre e reuniões comunitárias, salas de dança, música e oficinas entre outras atividades que contribuirão em muito para o fortalecimento sociocultural do município.
Mansão
Construído por Coronel Barros no século XIX, o imóvel era conhecido popularmente como Mansão, tal sua imponência em meio às construções coloniais no Centro do povoado.
Sua construção é contemporânea ao período que foi criada a Freguesia de Nossa Senhora de Nazaré de Antônio Dias Abaixo, em 1832, por Resolução do Conselho Provincial. Em 1911, passou a chamar-se Antônio Dias Abaixo, e mais tarde, Antônio Dias, homenagem ao fundador, Antônio Dias de Oliveira, que, falecendo em 1736, com 90 anos de idade, foi sepultado no adro da Igreja-Matriz.
Situado na Praça Ana Angélica, área central de Antônio Dias, o sobrado foi construído entre os anos de 1835 e 1850, pelo Coronel Manoel de Barros de Araújo Silveira. Entre 1950 a 1924, o imóvel serviu à Casa Unifamiliar e entre 1924 a 1954, sede do escritório da Estrada de Ferro Vitória a Minas, quando na abertura da ferrovia. Entre 1965 a 1979, foi sede do Ginásio Estadual Professor Letro, servindo à Biblioteca Pública posteriormente.
Histórico da intervensão arquitetônica
Considerado pela população de Antônio Dias como o segundo maior patrimônio histórico e cultural do município, sendo a igreja matriz, o mais importante, esta por anos se manifestava favorável à restauração e implantação de um espaço cultural permanente. A população reconhecia a importãncia do imóvel nas diversas fases de construção da sociedade antoniodiense, como econômica, educacional e cultural.
Na década de 1990, numa tentativa de restaurar o importante imóvel, a Associação Local do Patrimônio Histórico e Artístico de Antônio Dias (ALPHA), por meio da Lei Rouanet consegue recursos que permitiu a reforma total do telhado. Desde então, o imóvel permaneceu abandonado, deteriorando-se, até 2020, quando o prefeito Ditinho (PSD) e seu vice, Elcinho assumiram um compromisso público de restaurar o imóvel e instalar no local um centro cultural. Com recurso próprio e apoio da Vale, Cenibra, Bemisa e outros, após mais de 2 anos de serviços de engenharia e arquitetura, o Casarão será finalmente entregue à população totalmente restaurado.
Além do Casarão, a prefeitura realizou obras no entorno da edificação, propiciando mais conforto àqueles que visitarem o espaço. Uma pequena praça dotada de sanitários e área de recreação foi construída na rua Leovigildo José de Barros, à margem do rio, proporcionado uma agradável vista também para o rio.
Bandeirante Antônio Dias de Oliveira
A área onde está situado o atual município foi explorada pela primeira vez no começo do século XVIII por bandeirantes. Há registros da presença de Borba Gato na localidade em 1703, no entanto Antônio Dias de Oliveira foi o responsável pela fundação de um núcleo bandeirante no local três anos depois, cuja data é considerada o dia da fundação da cidade. Havia presença da mineração, estando o lugar localizado em uma região aurífera, no entanto a agricultura ganhou força após algum tempo.
O município de Antônio Dias no Leste mineiro, pertencente a Microrregião do Vale do Aço, está localizado a 170 km da capital do estado. Com uma pequena população voltada principalmente para a prestação de serviços e a agropecuária, o município abriga relevantes atividades artesanais tradicionais, como a fabricação dos famosos chapéus de palha, doces, queijos, licores e quitandas.
Tradições
A preservação de produções artesanais, como o chapéu de palha, doces, licores e quitandas, bem como de grupos teatrais e de música, juntamente com os eventos festivos tais como o Carnaval de Antônio Dias (CarnaDias), as comemorações do aniversário da cidade, cavalgadas e as celebrações tradicionais religiosas da Festa de São Benedito e das homenagens à Semana Santa, asseguram a Antônio Dias destacado potencial turístico no Circuito Turístico Mata Atlântica de Minas.
Onde comprar
Ao visitar Antônio Dias, bem ao lado da cabeceira da ponte, o Empório do Sabor tem um variedade de quitandas, doces, queijos, carnes para assados, temperos, chapéus de palha e diversos outros artigos que remetem à ruralidade antoniodiense.
Formação Administrativa – Fonte IBGE
Distrito criado com a denominação de Antônio Dias Abaixo, pelo decreto de 14-07-1832 e por lei estadual nº 2, de 14-09-1891, subordinado ao município de Itabira.
Elevado à categoria de vila com a denominação de Antônio Dias Abaixo, pela lei estadual nº 556, de 30-08-1911, desmembrado de Itabira. Sede na antiga vila de Antônio Dias Abaixo. Constituído do distrito sede. Instalado em 01-06-1912.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, a vila de Antônio Dias Abaixo é constituído do distrito sede.
Pela lei estadual nº 716, de 16-09-1918, a vila de Antônio Dias Abaixo passou a denominar-se Antônio Dias.
Nos quadros de apuração do Recenseamento Geral de I-IX-1920, a vila, já denominado Antônio Dias, é constituído do distrito sede.
Pela lei estadual nº 843, de 07-09-1923, São criados os distritos Hematita e Melo Viana e anexados à vila de Antônio Dias.
Elevado à condição de cidade, pela lei estadual nº 893, de 10-09-1925.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, o município é constituído dos distritos: Hematita e Melo Viana.
Assim permanecendo em divisões territoriais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-1937.
Pelo decreto-lei estadual nº 88, de 30-03-1938, o distrito de Melo Viana passou a denominar-se Coronel Fabriciano.
Pelo decreto-lei estadual nº 148, de 17-12-1938, é criado o distrito de Timóteo, com território, desmembrado do distrito de Jaguaraçu pertencente ao município de São Domingos do Prata e anexado ao município de Antônio Dias.
No quadro fixado para vigorar no período de 1939-1943, o município de Antônio Dias é constituído dos Distritos: Coronel Fabriciano ex-Melo Viana, Hematita e Timóteo.
Pela lei estadual nº 336, de 27-12-1948, desmembra do município de Antônio Dias os distritos de Coronel Fabriciano e Timóteo, para formar o novo município de Coronel Fabriciano.
Excelente iniciativa de restauração do sobrado… eu sempre o achei magnífico. Parabéns pela reportagem.
Obrigado