Com a presença de grande público, a prefeitura de Coronel Fabriciano entrega obra com diversas novas melhorias
Aguardado com ansiedade pela população fabricianense, que pacientemente trafegava pela região, a inauguração do viaduto do trevo Pastor Pimentel, nesta segunda-feira (05/02) contou com a presença de diversas autoridades regionais e grande público. Iniciada sua obra em janeiro de 2023, com o custo de 8,2 milhões, sendo 70% com recurso próprio do município e 30% do Dnit, toda a área do trevo recebeu benfeitoria. Além do alargamento das pistas superior e inferior, aumento da altura e da extensão do viaduto, seu entorno recebeu novos meio fios, passeios, sinalização, defensas de pedestres e veículos, iluminação de LED, entre outras intervenções, que garantem mais segurança ao crescente fluxo de veículos diariamente.
O antigo viaduto, com apenas 3,60 m de altura e mais estreito que a própria avenida, estrangulava o crescente fluxo de veículos que trafegavam do centro para os bairros do distrito Melo Viana. Na época da autorização dos serviços, o prefeito Marco Vinicius Bizarro ressaltou: “é uma obra emblemática. Semanalmente caminhões de carga ‘agarram’ aqui. Sem contar o risco de parte da estrutura cair e atingir um veículo, uma pessoa”.
Hoje, na inauguração, o prefeito reforçou a importância da obra nos diversos aspectos, seja na melhoria da infraestrutura urbana, na segurança das pessoas e no fortalecimento da economia na região, acreditando que o investimento trará mais negócios para a avenida.
Também no evento, o vice-prefeito Sadi Lucca, salientou que a obra vem de encontro com a meta da atual gestão, que é preparar a cidade para seu desenvolvimento, especialmente por meio da melhoria de seu sistema viário. Segundo Sadi, a cidade recebeu mais de 300 km de pavimentação asfáltica. Ele assegurou que o novo acesso ao distrito industrial 2 está com o recurso garantido e está previsto para o futuro, porém sem uma data definida, uma trincheira sob a avenida Tancredo Neves, ligando o bairro Giovanini à rua Duque de Caxias.
História
Apesar de no período da construção do viaduto, na década de 1960, o risco de ser atingido por uma gaiola de carvão ou pelas pequenas jardineiras eram quase zero, com o passar do tempo e o aumento das dimensões dos meios de transporte, o antigo viaduto tornou-se um obstáculo. Vez ou outra, um caminhão baú agarrava em suas vigas, estrangulando o trânsito.
Sua construção na década de 1960 até que poderia ter sido planejada, ou mesmo alicerçada sobre uma perspectiva de médio a longo prazo, entretanto, a obra tinha implícita em sua concepção um insólito atrito entre o prefeito de Coronel Fabriciano Raimundo Alves de Carvalho e o então presidente da Usiminas, Dr. Luiz Verano. A animosidade entre o político e o engenheiro teve início, quando a Usiminas utilizava o antigo aeroporto da Acesita para receber seus diretores e fornecedores.
Do aeroporto, os visitantes atravessavam a “Ponte Velha”, seguiam para o centro de Coronel Fabriciano, passavam pelo alto do atual bairro Santa Terezinha, seguiam pelo bairro Mangueiras e pelo bairro Amaro Lanari, até chegar às instalações da siderúrgica.
Reconhecendo as dificuldades para romper o percurso, principalmente no período chuvoso, Verano determina a Usiminas construir um novo acesso, ligando a Usiminas ao aeroporto da Acesita. Este, passaria pelo morro da Usipa, seguia pelo bairro Caladinho, cruzaria a avenida Magalhães Pinto no local do trevo, atravessaria a “ponte velha”, até chegar ao aeroporto, na localidade de nome algodoal.
Porém, na altura do atual trevo, a empresa construiu um elevado aterro sobre a avenida Magalhães Pinto, isolando totalmente o bairro Melo Viana do Centro da cidade, forçando os motoristas dar uma volta até a margem do ribeirão Caladão.
Raimundo Alves, considerando a construção do aterro sobre a avenida Magalhães Pinto um insulto à população de Coronel Fabriciano, dirigiu-se ao escritório da Estrada de Ferro Vitória a Minas, e solicitou ao então gerente da ferrovia, Abel de Carvalho, que removesse parte do aterro, abrindo então o caminho alinhado com a avenida então interrompida. Com um trator D8 da ferrovia, Abel remove a terra abrindo um corte no alinhamento da avenida. Diante do fato, Verano em fúria, determina a Usiminas construir um viaduto de concreto armado no local, sem levar em conta as dimensões da avenida. Estreito, e abaixo da altura prevista, anos depois, com a integração com a rodovia MG-4, foi construído no local o trevo.
Reinvindicação antiga
Desde 2017, a atual gestão municipal tenta viabilizar junto ao órgão federal a reconstrução do viaduto para permitir o tráfego de caminhões de grande porte ainda feito dentro da cidade e concomitantemente garantir a segurança da população.
Depois de várias tratativas, reuniões e gestão política, a Prefeitura de Fabriciano conseguiu aprovar o seu projeto de reconstrução do viaduto junto ao DNIT em 2020. A sinalização positiva para execução das obras definitivas veio após o órgão federal realizar obras emergenciais para “manter a segurança e o viaduto de pé”, com instalação de vigas metálicas de cerca de 50 centímetros de espessura.
Inauguração
Com presença de grande público, a inauguração iniciada às 9,30, contou com a presença de diversas autoridades regionais. Às 12 horas, o tráfego foi liberado para a população.