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Curta Vitória a Minas II chega a Ipatinga para lançar o curta-metragem “Santa Cruz”, dirigido pela artista ipatinguense

O caminhão-cinema do Curta Vitória a Minas II chega em Ipatinga para lançar o curta-metragem “Santa Cruz” dirigido pela artista visual Rita Bordone. A ficção resgata o encantamento de uma menina de 11 anos pelas cores do ritual católico de celebração da Santa Cruz vivido ao lado da saudosa mãe.

A obra integra a coletânea de ficções e documentários feitos por moradores de cidades que se desenvolveram no entorno da Estrada de Ferro Vitória a Minas. A sessão gratuita ao ar livre será realizada às 19h30, no Parque Ipanema.

A estrutura de exibição inclui uma telona de 9×6 metros, projetores, sistema de sonorização e cadeiras para acomodar os espectadores. A caravana está percorrendo municípios capixabas e mineiros para exibir em ruas e praças as histórias transformadas em filme através do projeto.

O belo Parque Ipanema receberá o caminhão-cinema do Curta Vitória a Minas II – Foto: Elvira Nascimento

O circuito de exibição foi aberto em Aracruz (04/07), passando por diversas cidades do Espírito Santo e Minas Gerais. Após Ipatinga, a exibição será em Coronel Fabriciano no dia (14/07) e encerramento em Nova Era, no dia (15/07).

O projeto é patrocinado pelo Instituto Cultural Vale, por meio da Lei de Incentivo à Cultura, com realização do Instituto Marlin Azul e Ministério da Cultura/Governo Federal.

Sobre a obra e a diretora

Rita de Cácia Bordone aos 11 anos, em sua cidade natal, Bom Jesus do Galho, observava com admiração as cores do papel de ceda que sua mãe recortava para enfeitar cruzes de madeira que seriam instaladas em diversos pontos da casa. A menina acostumada aos tons terrosos e pálidos da estrada de chão nunca esqueceu o encantamento pelas cores das cruzes decoradas como um gesto de gratidão e um pedido de proteção a Nossa Senhora.

Rita de Cácia Bordone dirige o curta que resgata memórias de sua infância – Foto: Divulgação

Essa antiga tradição católica em homenagem a Maria foi a inspiração para a história “Santa Cruz” selecionada pelo Curta Vitória Minas II para ser transformada em filme. A autora conta que nasceu em um ambiente festeiro e afetuoso. Sua mãe, Maria Pires de Faria, conhecida como Dona Totinha, benzedeira, costureira e artesã, confeccionava as cruzes e as distribuía pela casa, nas janelas, na porta do lado de fora e no paiol aonde se guardava os alimentos. Com o gesto, entregava um pedido de proteção contra o mal, as adversidades e os infortúnios da existência.

Foi com essas memórias que Rita inscreveu no projeto Curta Vitória a Minas II, com o título “Santa Cruz”. Sua História foi selecionada e transformada numa bela ficção. As gravações da ficção aconteceram na zona rural de Ipatinga, nos distritos de Tribuna e Ipaneminha, onde as comunidades se envolveram e participaram no elenco.

A fazenda de dona Eva, na Tribuna, serviu de cenário para as filmagens

Amor pela arte

O amor pela arte e a cultura acompanhou a trajetória da mineira. Formada em Artes Visuais pela Universidade de Brasília (UnB), participou de diversas oficinas de artes visuais, teatro, dança contemporânea, cenografia e maquiagem, se especializou na arte da impressão têxtil botânica em utilitários e costuma aproveitar objetos do cotidiano para criar exposições com temáticas sociais e ambientais em galerias de arte.

Rita especializou-se na arte da impressão têxtil botânica – Foto: Divulgação

Rita integra a Federação Nacional de Artesanato, faz parte do Movimento Fashion Revolution pela sustentabilidade na moda, em favor do preço justo, contra o trabalho escravo, em defesa do meio ambiente e dos direitos humanos, e ainda participa do Wikiaves, um site brasileiro que reúne fotos e sons de diferentes espécies de pássaros enviados por observadores de pássaros.

Em entrevista à Caminhos Gerais, Rita afirmou que a transformação de suas lembranças infantis em filme foi muito emocionante. Para ela, foi uma oportunidade de resgatar costumes religiosos praticados por sua mãe, marcados por muita devoção.

Rita destaca também a alegria de gravar as cenas na área rural de Ipatinga, local que ela contempla e admira, especialmente a Tribuna e Ipaneminha, onde sua história foi adaptada. Na fazenda de dona Eva, cuja sede continha todos os elementos típicos da cultura mineira, Rita ressalta os detalhes rurais que enriqueceram ainda mais as filmagens.

Moradores da região participaram do elenco do curta Santa Cruz

Rita aponta a importância do projeto como instrumento de valorização dessa cultura mineira tão presente na vida das pessoas, incentivando outras pessoas inscreverem suas memórias.

As etapas do Curta Vitória a Minas II

Depois de selecionados em um concurso de histórias reais ou inventadas, os dez autores se juntaram em uma imersão de quinze dias, realizada em Santa Cruz, Aracruz (ES), para estudar com especialistas de cinema e televisão noções audiovisuais básicas sobre como transformar as histórias que contaram.

A turma de autores retornou para as cidades de origem para colocar em prática e compartilhar o que aprenderam com a comunidade, tendo o acompanhamento técnico de profissionais do projeto e o envolvimento de outros moradores em funções técnicas e artísticas. Após a montagem e a finalização, as obras participam agora do circuito de difusão que, além da exibição nas cidades participantes, inclui a inscrição dos curtas em mostras e festivais de cinema.

Durante as filmagens, a diretora Rita Bordone acompanhava atentamente os trabalhos – Foto: Divulgação

Para o Instituto Marlin Azul, realizadora do projeto, o objetivo é possibilitar aos moradores das cidades que se desenvolveram ao longo da Estrada de Ferro Vitória a Minas a oportunidade de contar histórias e transformar em filme, registrando as memórias, os costumes, os hábitos, as lendas e as peculiaridades destas localidades, contribuindo para o fortalecimento territorial e comunitário.

Para saber um pouco mais sobre o projeto veja em: curtavitoriaaminas.com.br

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