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A fuga do estresse das cidades grandes e a busca de uma vida mais tranquila e saudável, tem levado um grande número de pessoas a repensar o seu modo de vida

Num paradoxo temporal, quando mais a tecnologia avança, oferecendo inimagináveis ferramentas, influenciando o dia a dia das pessoas em novos hábitos e costumes, mais usuários se reconectam com suas ancestrais formas de vida, buscando em meio a natureza uma vida mais saudável e mais feliz.

Esta inter-relação entre a vida moderna e a vida rústica, acentuou-se na pandemia, quando o presencial tornou quase que obsoleto para a execução de diversas tarefas específicas. O trabalho remoto, até então uma novidade no Brasil, passou a fazer parte de um novo modo de gestão no âmbito administrativo. A busca pelo distanciamento, principalmente pelos mais vulneráveis ao covid-19, também contribuiu para uma maior proximidade com a vida simples, preferencialmente próxima à natureza.

O trabalho remoto ou home office, permitiu que o profissional prestasse seus serviços onde quer que ele esteja, desde que este esteja conectado com seu empregador ou cliente por um bom sistema de comunicação digital, isto é, uma internet banda larga.

Essa liberdade do profissional escolher onde e como executar suas tarefas ou fornecer seus serviços permitiu que este buscasse as melhores opções de moradia, sem que necessariamente fosse próximo a seu antigo local de trabalho.

Essa ida sem volta foi observado pelo setor imobiliário, que avalia o aquecimento do setor rural, principalmente no contexto de casas de campo, nos mesmos níveis de aquecimento do setor urbano.

Cada uma ao seu estilo, diversas moradias se estabeleceram em meio ao mato, com características ecológicas tanto no formato arquitetônico, como no modo de viver.

Não faz muito tempo que viver integrado à natureza, num ambiente em que moradores e o ambiente compartilhem de uma vida mais saudável, tornou-se uma efetiva escolha. Esse modo de vida ecologicamente correto, ou viver em harmonia com a natureza teve forte impulso no advento do movimento hippie, nas décadas de 1960 e 70, quando milhares de jovens praticavam uma vida alternativa, sem o conforto da vida urbana, mas, longe do estressante dia a dia do sistema capitalista vigente. Daí, surgiu, além da chamada cultura pop, o ambientalismo.

Não significa que em áreas urbanas não seja possível viver em harmonia com a natureza. Uma casa sustentável, que atenda alguns requisitos quanto a construção do imóvel e postura ambiental, poderá responder também a uma qualidade de vida no âmbito urbano.

Pensando nesse filão, a Soluções Usiminas, junto à Liga Arquitetura e Urbabnismo, lançam na CasaCor Minas Gerais a cabana de aço modular, cujo projeto desenvolvido, oferece conforto num espaço de 33m². Com cozinha, banheiro, mesanino e um quarto, a cabana de fácil montagem, poderá ser instalada em qualquer local, principalmente em áreas campestres.

Desenvolvida pela Soluções Usiminas e a Liga Arquitetura e Urbanismo, de Belo Horizonte, a cabana de aço modular é ideal para áreas campestres – Foto: Divulgação

Com a escassez de recursos naturais atualmente um grande número de pessoas tem buscado viver de forma que provoque um menor impacto no meio ambiente. Nesse sentido, a casa torna-se o ambiente onde possa colocar em prática uma rotina ecológica e sustentável. É na casa que permite viver em maior harmonia ou de forma mais natural.

Saulo Januário é uma dessas pessoas, que construiu sua casa, utilizando materiais de baixo impacto no meio ambiente. Construída na zona rural de Rio das Ostras – RJ, a construção em hiper Adobe aproveitou a própria terra que removeu no nivelamento do terreno e as utilizou nas paredes. Com alicerce à base de pedra marroada, paredes de terra – colocadas em longos tubos de tecido (sacos de juta) e os pilares e as estrutura das telhas, de eucalipto, a construção tinha características que a remetia a uma casa ecológica. As telhas coloniais, portas e janelas de pinos (de floresta renovável) e o piso, de cimento queimado, foram as últimas etapas da construção. Com três ajudantes e sua esposa, Saulo construiu sua casa em cerca de seis meses.

Saulo Januário utiliza da técnica Hiper Adobe, na fabricação de sua casa – Foto: Acervo paticular

 

A terra retirada para o nivelamento do terreno serviu para levantar as paredes

 

Concluída, a casa além de econômica no modo de construír, gerou impacto zero ao meio ambiente – Foto Saulo Januário

O mercado imobiliário tem observado uma maior preferência por moradias dotadas de tecnologias que permitem mais economia de água, energia elétrica, maior aproveitamento da luz natural e mais presença do verde nos projetos arquitetônicos.

Dentre os diferentes projetos arquitetônicos, há uma sensível diferença entre casa ecológica e casa sustentável. Uma das diferenças mais marcantes é a localização. Em geral, uma casa ecológica tem um perfil de casa de campo, em local onde predomina a natureza, enquanto a casa sustentável em geral encontra-se em áreas urbanas.

Uma casa ecológica exige orientação solar, materiais de baixo custo, principalmente originário da mesma região, ventilada e sombreada, e que tenha nas proximidades cursos d´água, permite reaproveitamento de materiais e utiliza de privada seca etc. Outro fator que agrega valor a uma casa ecológica, é o modo de construção, em que emprega a mão de obra local, onde a técnica do fazer é repassada para outras pessoas. Não apenas a utilização racional dos insumos está contido na casa ecológica, também o modo de vida. A destinação correta dos resíduos produzidos no dia a dia, deve ser sistemático.

A casa sustentável, cujo perfil também voltado a provocar menos impacto na natureza, poderá estar localizada em grandes centros urbanos. Alguns itens que podem transformar uma casa comum numa casa sustentável são: aquecedor solar, captação de energia fotovoltaica, pia com dois ralos, com aproveitamento da água sem sabão no ajardinamento e lavação de pisos, sistema de coleta de água da chuva, cercas vivas entre outros. A separação de lixos orgânicos de recicláveis, também contribuem para uma melhor qualidade de vida em termos coletivo.

paineis solares

Construção da casa ecológica

Para a construção de uma casa ecológica, além dos itens acima, é importante considerar o clima e a localização, mesmo que seja em ambientes totalmente natural. Importante também é definir antecipadamente a técnica construtiva, e se necessário, consultar um especialista em construção. Pressupõe-se que uma casa ecológica, à base da bioconstrução, seja desprovida de maior segurança que uma casa comum, estruturada com insumos mais sólidos. Desde que obedeça a itens mínimos de segurança, a casa ecológica tem características mais aconchegantes de perfil mais frugal.

Deve-se observar se o clima é seco ou úmido? Frio ou quente? As chuvas são frequentes, ou chove pouco?

Observe também se há disponibilidade de madeira, terra, areia, bambu, palha e outros materiais que podem ser utilizados na construção.

Para uma melhor climatização do ambiente, observe o posicionamento do Sol quanto a luz da manhã e a luz da tarde, mantendo sempre os quartos na posição do Sol da manhã, ao leste. A oeste, sol da tarde, uma varanda auxiliando no sombreamento da casa.

Apesar da aparente rusticidade de algumas técnicas, muitas delas têm sido utilizadas largamente nas bioconstruções

Pau a pique ou taipa de mão

A tradicional técnica construtiva de pau a pique

Técnica original das regiões norte e nordeste, mas também utilizada no cento e sul do país. Inicialmente constrói-se uma estrutura gradeada com galos, varas ou bambu. Depois, aplica-se manualmente uma massa com terra úmida, composta 40% por argila.

Adobe

Adobe são tijolos feitos de terra, utilizando o mesmo tipo de terra argilosa, que o pau a pique. A massa é colocada em formas retangulares, e logo depois retirada e colocada para secagem. Em alguns casos os tijolos são cozidos. O assentamento é também rejuntado como terra molhada.

Tijolo de solo-cimento

Essa técnica consiste em uma mistura de terra com 10% de cimento. É um tijolo semelhante aos presentes nas paredes de tijolos aparentes.

Cob

É uma mistura de terra com palha seca. Essa mistura é aplicada na parede como se fosse uma massa de modelar, sem estrutura adicional. Essa técnica permite formas mais orgânicas e resulta em paredes muito resistentes.

Taipa de pilão

Taipa de pilão

Uma técnica conhecia e utilizada no mundo inteiro, é a construção de paredes utilizando formas feitas com tábuas ou chapas metálicas. Essas formas são posicionadas paralelamente entre si. A massa composta de terra e palha é inserida no meio dessa forma. Um pilão manual irá compactar essa terra até que ela se torne um monólito.

Essas técnicas, somadas às estratégias bioclimáticas irão compor uma casa verdadeiramente ecológica.

Com a aplicação dessas técnicas construtivas, pode-se afirmar que a casa é ecologicamente correta, onde prevalecerá a sinergia entre os ocupantes e a natureza.

A cobertura poderá ser com telhas tradicionais de argila, ou estruturadas para revestimento de gramas, proporcionando maior frescor ao ambiente.

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