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Recentemente, o Governo de Minas Gerais, por meio do Secult-MG e Iepha-MG, declarou como Patrimônio Cultural e Imaterial de Minas Gerais os apanhadores de sempre-vivas

Em 2019, a revista Caminhos Gerais publicou uma reportagem que tinha uma aura de celebração. Os apanhadores de flores sempre-vivas do alto Jequitinhonha, haviam encaminhado para a ONU – Organização das Nações Unidas, por meio da FAO – Organização para Alimentação e Agricultura, solicitação do registro da atividade como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade. No mesmo ano, o registro do Sistema Agrícola Tradicional dos Apanhadores das Flores Sempre-Vivas, atividade típica de importância histórica, econômica e sociocultural foi aprovado e declarado como o primeiro Patrimônio Agrícola Mundial Brasileiro.

Tia Nenzinha, do Quilombo Raiz com sempre-viva – Foto: Elvira Nascimento

Os apanhadores de flores sempre-vivas, integravam seis comunidades agrícolas, sendo Macacos, Lavras, Pé de Serra, os quilombos Raiz, Mata dos Crioulos e Vargem do Inhai.

Recentemente, o Governo de Minas Gerais por meio da Secretaria de Estado de Cultura de Turismo (Secult-MG) e do Instituto Estadual do Patrimônio e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG) anunciou que o Sistema Agrícola Tradicional dos apanhadores de Flores Sempre-Vivas, foi declarado Patrimônio Cultural e Imaterial de Minas Gerais. A solicitação foi apresentada na 1ª Reunião Ordinária/2023 do Conselho Estadual do Patrimônio Cultural – Conep, em junho deste ano, no auditório do Centro de Arte Popular – CAP.

Artesanato produzido com o capim-dourado – Foto: Elvira Nascimento

O mecanismo de proteção permite a salvaguarda do sistema agrícola, que é compreendido pelo conjunto de saberes e das celebrações, rituais e expressões culturais das comunidades da porção meridional da Serra do Espinhaço em Minas Gerais. A decisão vai beneficiar cerca de 20 comunidades localizadas nos municípios de Diamantina, Couto Magalhães, Olhos D´Água, Presidente Kubitschek, Buenópolis, Serro e Bocaiuva.

Diversas espécies de sempre-vivas são coletadas para o artesanato – Foto: Elvira Nascimento

O sistema agrícola dos apanhadores de sempre-vivas no Brasil passa a ser o terceiro da América Latina, que recebe o selo Sipam, juntando-se com outros dois, localizados no corredor Cuzco-Puño, no Peru, e do arquipélago de Chiloé, no Chile.

Transumância

Grupos familiares se deslocam entre as partes baixas e altas da Serra do Espinhaço – Foto: Elvira Nascimento

Uma característica marcante deste sistema agrícola tradicional dos apanhadores de flores, é a “Transumância”, que envolve o deslocamento de grupos familiares da parte baixa da Serra do Espinhaço para a parte alta, onde são desenvolvidas as atividade de manejo da flora nativa nas lapas. O deslocamento feito em diferentes elevações, que vão de de 600 a 1,4 mil metros de altitude, é realizado para o desenvolvimento das distintas atividades produtivas.

A presidente do Iepha-MG, Marília Palhares, o registro possui um significado enquanto instrumento de preservação dos saberes.

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