
Na manhã de ontem, domingo (14/07), foi dia de celebrar no Parque Estadual do Rio Doce seus 80 anos de criação.
Um expressivo público compareceu nas imediações do Centro de Visitantes e do mirante para prestigiar o emblemático e histórico evento que contou com a presença de diversas autoridades e profissionais ligados à área ambiental. Na festiva celebração, a história e os desafios frente a preservação da primeira unidade de conservação criada em Minas Gerais, foi a tônica.
Com início da cerimônia às 9h, o público assistiu ao ar livre, uma apresentação artística focada na contação de história, “Oito décadas do Perd, 50 milhões de anos da Mata Atlântica”, pela companhia Dama Espaço Cultura.

A história do Parque Estadual do Rio Doce foi contada de forma lúdica pela Companhia Dama Espaço Cultura – Foto: Elvira Nascimento
Em seguida, o gerente do Perd, Vinícius Moreira, deu as boas-vindas, e emocionado, falou sobre sua vivência no Perd, destacando o Parque como a primeira unidade de conservação criada em Minas Gerais. Para Vinícius, a importância do Parque Estadual do Rio Doce vai muito além de sua regionalização. Sua importância tem uma dimensão planetária, disse.

O gerente do Perd, Vinícius Moreira, deu as boas vindas ao público presente – Foto: Elvira Nascimento
Durante o evento, foi lançado o livro “Bicho da Mata Atlântica – A Biodiversidade do Perd”, coordenado por Lucas Mendes e a equipe do ICAS – Instituto de Conservação de Animais Silvestres. O livro destaca o Projeto Tatu-canastra, uma importante espécie também habitante no bioma Mata Atlântica.

Durante o evento, foi lançado o livro “Bichos da Mata Atlântica – A Biodiversidade do Perd” – Foto: Elvira Nascimento
Homenagens
Na programação do evento, diversos parceiros e colaboradores foram homenageados, recebendo a Menção Honrosa pelas relevantes atuações a favor do Parque.

Homenageados – Foto: Elvira Nascimento

Homenageados – Foto: Elvira Nascimento

Homenageados – Foto: Elvira Nascimento

Homenageados – Foto: Elvira Nascimento

Homenageados – Foto: Elvira Nascimento
Ao mesmo tempo, uma feira de artesanato com artesãos e produtores locais foi montada ao lado, juntamente com um espaço para atividades lúdicas.
Nossa reportagem falou com o professor Célio Valle, ex-diretor de Biodiversidade do IEF, onde lembrou que a preservação de todo esse fantástico bioma, depende da população local. “A natureza somente será preservada se a comunidade se sentir preservada”, afirmou. Valle afirmou também que o Parque Estadual do Rio Doce tem a maior população do macaco muriqui ou mono-carvoeiro do país. Como o maior primata das Américas, a espécie sob o risco de extinção é um patrimônio natural de extrema importância para a fauna brasileira, advertindo que o Parque deve ser tratado com cuidado extremo pela população em seu entorno.
A fala do Célio Valle vem de encontro com as ocupações que vem ocorrendo nas áreas de amortecimentos no entorno do Parque, inclusive em relação a expansão de empreendimentos imobiliários.
José Carlos Carvalho
Outro momento que marcou o evento, foi o pronunciamento de Dr. José Carlos Carvalho, um dos idealizadores e fundadores do Ibama, do qual foi diretor, coordenador dos estudos e do projeto que deu origem à Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Semad), da qual foi o primeiro secretário. Também foi secretário executivo e ministro do Meio Ambiente. no governo de Fernando Henrique.

Os presentes ouviram atentamente o pronunciamento de José Carlos Carvalho – Foto: Elvira Nascimento

O ex-ministro do Meio Ambiente, José Carlos Carvalho destacou a importância da preservação de toda a bacia do Rio Doce – Foto: Elvira Nascimento
Em 2010, José Carlos Carvalho inaugurou a Unidade de Apoio a Pesquisa e Fiscalização do Revés de Belém e o Centro de Visitantes do Macuco.
José Carlos comentou sobre a forte degradação ambiental do Vale do Rio Doce e afirmando que a bacia do Rio Doce é a mais degradada do país, dizendo ainda que no período de 10 anos, a calha do rio recebe o mesmo volume de sedimentos lançados no acidente da barragem de Fundão em Mariana, proveniente da erosão provocada pela ausência de vegetação em suas margens.
Para o ex-servidor, “o Parque Estadual do Rio Doce é uma ilha cercada por degradações”.
O ambientalista lamentou a dificuldade de se criar nos dias atuais, unidades de conservação, salientando que nas décadas passadas, quando o meio ambiente não era tão agredido como nos dias atuais, se criaram as inúmeras unidades de conservações do país. Numa analogia do passado com o presente, José Carlos considera que os políticos de ontem parecem ser mais modernos que os políticos de hoje.

Presentes no evento: o biólogo Tiago Dornas, o ambientalista Célio Valle, Cláudio Valadares (neto do ex-governador Benedito Valadares), o ex-ministro do Meio Ambiente, José Carlos Carvalho, Vinícius Moreira (Gerente do Perd) e o professor da UFMG, Francisco Barbosa – Foto: Elvira Nascimento
O final da cerimônia foi marcado pelo tradicional parabéns, acompanhado pelo músico Douglas Neto e servido um lanche.

O tradicional “Parabéns” foi acompanhado pelo músico Douglas Neto – Foto: Elvira Nascimento

A organização do evento contou com uma atenciosa equipe – Foto: Elvira Nascimento

Os 80 anos do Parque Estadual do Rio Doce foi celebrado nas proximidades da exuberante Lagoa do Bispo – Foto: Elvira Nascimento
As comemorações dos 80 anos do Perd se estenderá até o fim do ano, com a exposição fotográfica itinerante, pesquisas e seminários, o Culturart, festival de cultura no entorno do Perd entre outros eventos que propicie à população da região visitar e conhecer melhor a importante unidade de conservação.
Foi um prazer reencontrar o Mário no Parque do Rio Doce e testemunhar a sua resiliência e seu idealismo, ao manter a Revista Caminho das Gerais em plena atividade.
Nossos parabéns!!!