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No extremo sul do continente, Sérgio e César desafiaram situações severas e lugares encantadores

Aventurar-se por lugares desafiadores do continente sul americano, enfrentando condições climáticas das mais imprevisíveis e severas, muito calor, frio abaixo de zero, chuva e muito vento, torna a aventura ainda mais desafiadora quando sobre duas rodas.

No dia 17 de março, partiram de Timóteo com destino a Argentina, Chile, Uruguai e Paraguai – Foto: Acervo particular

E foi sobre duas rodas que os irmãos timotenses Sérgio Silveira de Vasconcelos e César Cristovam de Oliveira, desafiaram as mais radicais variações de clima, altitude, cultura, e tipos de estradas, numa viagem de motocicleta no extremo Sul do continente. Apesar dos diversos enfrentamentos, os irmãos Sérgio e César afirmam que foi uma das mais fascinantes e inesquecíveis aventuras que realizaram.

Cada um em sua motocicleta BMW GS1250, no dia 17 de março partiram de Timóteo com destino à Argentina, Chile, Uruguai e Paraguai. Nestes países do sul da América do Sul, Sérgio e Cesar tinham em seus roteiros as cidades de Neuquén, Bariloche, Carretera Austral, El Calafate e Ushuaia.

Em território argentino, na Ruta 237, Patogânia, estrada que liga Neuquen a Bariloche – Foto: Arquivo particular

A escolha do destino, que segundo os dois irmãos, faz parte do sonho de qualquer motociclista, foi motivado pela antiga vontade de explorar a região, que se mostrava inóspita, cheia de mistérios e que ainda preserva a vida selvagem, como na Patagonia, ou seja, contavam com uma aventura além da própria expectativa.

Os irmãos enfrentaram condições climáticas severas – Foto: Arquivo particular

Obviamente que sequer imaginavam que as condições climáticas da região seriam tão imprevisíveis, como calor excessivo ou muito frio, chuvas e ventos acima de 60 km/h sobre estradas com rípio, isto é, pedregulho ou neve.

Planejamento da viagem

Antes de pegar a estrada, traçaram um plano de viagem rigorosamente detalhado, mapearam os caminhos que percorreriam, onde dormir e se alimentar, encheram os tanques e partiram sem uma data fixa para retornar.

Rota aproximada da viagem de Timóteo – MG, à Ushuaia no Chile

Viajando até 800 km por dia, a distância sempre dependia das condições da estrada. Em rodovias interconectada com rotas turísticas, Sérgio e César viajavam distâncias menores, cerca de 300 km por dia, devido algumas paradas para registro fotográfico.

Alimentação e pernoites

A alimentação também variava conforme o lugar. Desde lanches em postos de combustíveis, como (medialunas – um tipo de pão), a hamburguer e empanadas. No jantar, alimentavam comidas típicas da região como, como Parrillas (churrasco), polo (frango), papas (batatas fritas) e pizzas. O pernoite também variava conforme a disponibilidade, utilizando pousadas, hostel e camping. As primeiras noites de descanso foram ainda em território brasileiro, como Ribeirão Preto e Foz do Iguaçu.Na Argentina, os timotenses visitaram as principais cidades e localidades definidas no plano de viagem. Corrientes, Rosário, Santa Rosa, Bariloche, Perito Moreno, El Calafate, Río Gallegos, Ushuaia, Comodoro Rivadavia, Puerto Madryn, Bahía Blanca, Trellen e no Chile, Puerto Montt, Chaitém, Puerto Rio Tranquilo.

Em Bariloche (Argentina) – Foto: Arquivo particular

 

Glaciar Perito Moreno, El Calafate – Argentina – Foto: Arquivo particular

 

Região dos 7 lagos, Vila La Angostura – Argentina – Foto: Arquivo particular

Ainda pela Argentina e Chile, eles passaram pelas famosas localidades da Patagonia, Alpes e lagos em Bariloche, Vila Angustura, Vila trafull, Região dos sete lagos, Chaitén, Capelas de Mármores em Puerto Rio Tranquilo, Grande lago General Carreras, a famosa estrada da Carretera Austral, região de Chile Chico, Glaciar Perito Moreno, 73 Malditos, Estreito de Magalhães e Ushuaia.

De todos os lugares que os impactaram ao longo da viagem, Sérgio e César consideram como especiais, as Capelas de Mármore, o Glaciar Perito Moreno, o Azul, o tamanho do lago General Carreras e a extensão da Patagônia e seus animais selvagens.

Em Ushuaia no Chile – Foto: Arquivo particular

Aprendizado

Os timotenses trouxeram na bagagem uma impressão demasiadamente positiva da viagem, salientando o que eles consideram como um excepcional aprendizado. “O quanto é belo o nosso mundo, o quanto nosso Deus é poderoso e que nós não conhecemos nada desse mundo. Tudo na vida é possível, temos que acreditar, planejar e fazer acontecer, o cansaço da viagem é normal, a gente sempre esquece, mas as lembranças são eternas.”

Capelas de Mármore em Puerto Rio Tranquilo – Chile – Foto: Arquivo particular

Os irmãos recomendam aos que sonham com uma viagem desta performance, “que faça, não deixe pra depois, senão pode ser tarde demais!” Porém, eles advertem que o bom planejamento da viagem é a garantia que tudo dará certo. Outra recomendação que eles enfatizam como indispensável, é não ignorar a previsão do tempo.

A viajem que consumiu cerca de 814 litros de gasolina cada motocicleta, Sérgio e César afirmaram que a sinalização viária é de boa qualidade, apesar de alguns trechos serem de rípio.

Chegada

Após 23 dias de viagem, chegaram em Timóteo já planejando a próxima aventura – Foto: Arquivo particular

As experiências adquiridas na inesquecível aventura, permitem que os irmãos tenham uma opinião a respeito do desenvolvimento do turismo na região em que vivem, o Vale do Aço. Segundo eles, é importante que a região instale placas informativas e indicativas; mapas informativos sobre a região e o histórico de cada região; postos de controle com guardas e informações; mirantes; locais com lixeiras; trilhas com acesso para nossas cachoeiras; deques e passarelas para acesso a mirantes; incentivo a empresários a investir no ecoturismo da região, entre outros empreendimentos que visam maior mobilidade e conectividade.

Chegando em Timóteo no dia 10 de abril, coincidentemente no dia em que a cidade recebia mais um tradicional encontro de motociclistas e celebrava 61 anos de emancipação, Sérgio e César confessaram que existem outras aventuras planejadas para o futuro. “Já fizemos a Transamazônica, a BR-319, toda a Estrada Real, serras do sul, todo Nordeste e o deserto do Atacama. A nossa meta é conhecer todos os estados do Brasil, faltam poucos. Nossa última viagem internacional de moto será na Bolívia e Peru e depois para finalizar, queremos conhecer todas as principais cidades mineiras”, concluíram.

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