
Editor da Revista Caminhos Gerais, Mário, que exerceu a profissão de desenhista entre os anos 1970 a 1990, vê este período como uma agradável fase de sua vida
Por José Célio de Sousa

Ainda na adolescência, Mário inicia os primeiros desenhos elaborados
Mário de Carvalho Neto, que por um longo período de sua vida, teve a arte de desenhar como profissão, vê a arte muito além de uma simples atividade profissional, vê também como entretenimento, terapia e uma forte aliada do desenvolvimento humano. No Dia da Arte, comemorado no último dia 12 de agosto, Mário viu como uma oportunidade de recordar o tempo em que exercia a arte do desenho como hobby e depois, como profissão, durante 2 décadas seguidas.
A revista Caminhos Gerais mostra com exclusividade um pouco da arte de Mário de Carvalho Neto, até então, conhecida por poucas pessoas, literalmente, isto é, aquelas de seu estreito círculo de amizade.
Numa certa cronologia, mostraremos desde seu primeiro trabalho, que ele considera o primeiro desenho elaborado, feito com caneta bic e tinta nanquim, aos 18 anos de idade, ao que podemos considerar, os últimos, já que após a década de 1990, Mário parou definitivamente de desenhar, devido seu envolvimento com o jornalismo, quando fundou a Revista Caminhos Gerais, publicação que dirige até os dias atuais.
Sob forte influência ferroviária, atividade do avô e do pai, seus primeiros desenhos foram tratores e trens

O desenhista considera este caminhão fora-de-estrada, como seu primeiro desenho elaborado, aos 18 anos de idade

A forte característica de seus desenhos é a riquesa dos detalhes, como nesta locomotiva a vapor, produzido em sua juventude
Aos 18 anos, Mário muda-se de Coronel Fabriciano para Vitória (ES), onde teve seu primeiro emprego, na Companhia Vale do Rio Doce, na seção técnica da Via Permanente, como desenhista especializado.
Desenhava trilhos, perfis de linha, curvas de nível etc.
Alguns anos depois, Mário aproxima-se da imprensa local, e passa a ilustrar reportagens para o jornal “A Tribuna”, também em Vitória, e fazia dupla com outro chargista no mesmo diário, assinando suas charges com o próprio nome, e não com pseudônimo, como é usual.
No jornal “A Tribuna” de Vitória, Mário ilustrou diversas reportagens, dentre elas, a queda de Anastasio Somoza na Nicarágua, e ao mesmo tempo, produzia as charges diárias e a seção “Mundo Animal”, no 2º caderno

Os desenho a bico de pena com tinta naquim valorizavam as reportagens do jornal. Ilustração do guerrilheiro Edem Pastora, na revolução da Nicarágua
Charges

Como chargista do jornal “A Tribuna”, Mário fez dupla com outro chargista por quase um ano ininterrúpto
Mundo Animal

Responsável pela seção “Mundo Animal”, no jornal, Mário produziu diversas ilustrações e textos sobre o tema

Display para programa jornalístico na TV Tribuna

Ilustrações temáticas foram produzidas para outras publicações

Ilustração para emissora de rádio
Seus desenhos sofreram forte influência do surrealismo
Nesse período, influenciado pela onda do surrealismo, que ressurgia junto à uma certa revolução cultural, matizada pelas cores e formas do psicodelismo, Mário dedica-se nas horas de folga ao desenho surrealista, à base da tinta nanquim e bico de pena, tinta ecoline, lápis de cor, aquarela e outras técnicas, produzindo série de desenhos com alta definição nos detalhes.
Durante a descoberta do próprio talento no surrealismo, Mário acreditava que o estilo trouxe a Pop Arte – um certo retrato da sociedade de consumo, que influenciava gerações. O estilo da Pop arte, segundo ele, identificava-se na estética e no gênero, tornando-se sua preferência artística.
Um de seus primeiros desenhos sob a influência do surrealismo, estilo que ressurgiu junto ao movimento hippie, no auge da contracultura. O estilo foi para ele uma ponte para o aperfeiçoamento.
A influência do surrealismo despertou o talento de Mário, onde descobriu a Pop art e o hiper-realismo como seu melhor estilo artístico

Sobrevoando com aquarela

Contemplando com tinta guache

Natureza em tinta nanquim

Ladrões em tinta nanquim
Após 10 anos, como desenhista projetista, Mário desliga-se da Companhia Vale do Rio Doce, e passa uma curta temporada em Londres, de onde, com uma câmera fotográfica na mochila, circula por 8 países de trem. Ao retornar, ainda em Vitória, trabalha em agência de publicidade.
Em Londres, na década de 1980, Mário registrou com sua câmera, o dia a dia da cidade

O dia a dia londrino nas lentes de Mário

Leicester Square, região de teatros e cinemas. No detalhe, o lançamento do filme “The Wall” do Pink Floyd

À esquerda, Mário com amigos londrinos
Antes de retornar ao Brasil, Mário passa alguns dias na cidade de Nova York, onde também registra com sua câmera o dia a dia da Big Apple

Acidente de trânsito nas proximidades de Chinatown

Região portuária de Manhattan

Ao fundo, as Torres Gêmeas, do World Trade Center, antes do fatídico 11 de Setembro

Simbolo da indústria automobilística americana, o Cadilac
Trabalhando na publicidade, Mário, nas horas de folga, experimentou várias fases, tendo a riqueza dos detalhes como característica de seus desenhos.
A ficção científica inspirava Mário a novas descobertas
Influenciado pela antiga e aclamada publicação “Cinco por Infinitos” de Esteban Maroto, Mário desenvolve uma série de desenhos com cenários espaciais.

Desenho a tinta nanquim e aquarela
Como admirador do design automobilístico, Mário desenha carros da época e carros criados por ele mesmo

Sua vocação para desenhos automobilístico, proporcionou a Mário criar modelos de carros bem originais
Carros existentes
Heróis para revista em Quadrinhos
No mesmo período, Mário desenvolve um projeto, que previa criar um grupo de heróis, numa época apocalíptica, e lançar uma revista em quadrinhos, com foco na proteção do meio ambiente. Este, sempre na pauta do dia.

Desenhos tipo HQ
Produção na Publicidade
Na publicidade, Mário criou logomarcas, embalagens, marcas e designs para pranchas de surf, programação visual para frotas corporativas e para produtos, cartilhas e publicações institucionais.

Alem da logomarca das principais fábricas de pranchas de surf em Vitória, Mário elaborava visuais para pranchas

Capas de discos fizeram parte da criação de Mário
Cartilhas operacionais e educativas

Cartilhas operacionais e educativas
Logomarcas e programação visual de frotas
Logomarcas
Embalagens e Identidade de Produtos
Adesivagem de equipamentos industriais
Na década de 1990, Mário dedica-se ao jornalismo e funda a Revista Caminhos Gerais, que atualmente, tem sua publicação online.

Revista Caminhos Gerais online
Desde então, Mário não desenha mais.
Que fantástico!!! E que riqueza nos desenhos e de experiência de vida mesmo. Parabéns!!!
Mário, uma história bem bonita, mas, só nós sabemos dos comentários seus Pai/Mãe….A gente tem de fazer o quê que a gente faz prá Gente…li por ler, pois conheço toda história do início ao fim…dou-lhe os parabéns por completo, pois nunca achaste o cantinho da vida que querias, na época. Hoje, sua parceria com Elvira está levando-o ao paraíso do sucesso. Valeu Cara. Pé na estrada.
Muito legal! Bela obra. Parabéns.
obrigado
Oi Mário. Quantos anos sem ve-lo. Saudades de você. Desejo muito estar contigo para relembrar os dias passados. Deus o abençoe!
Roberto Pires Gonçalves
Guarapari – ES
Mário vc é um artista sensacional, com uma habilidade ímpar. Sempre fui admirador do seu trabalho. Parabéns.