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Devido a prolongada estiagem, 37 novos municípios decretam situação de emergência

Com a severa falta de chuva, principalmente na região norte do estado, no Vale do Jequitinhonha e no Vale do Mucuri, diversos municípios decretaram no mês de junho, situação de emergência, sendo 37 novos, foram incluídos no decreto recentemente. O que pode-se chamar de estado de calamidade nos 138 municípios, em 2023 ocorreu no mês de outubro, isto é, o drama vivido em decorrência da seca em Minas Gerais antecipou em dois meses. A maioria dos municípios mineiros decretaram emergência em maio deste ano, mês em que as chuvas eram habituais em todo o estado.

Desde o início da temporada de estiagem, na transição do outono para inverno, a região leste, especialmente no Vale do Rio Doce, também vem sofrendo com a falta de chuvas.

Com as pastagens ressecadas, o capim plantado tem sido alternativa à escassez de alimentos para o gado – Foto: Arquivo CG

Mesmo regiões com índices pluviométricos tradicionalmente satisfatórios, como a área rural de Antônio Dias, Jaguaraçu e Marliéria, a situação tem sido preocupante quanto a alimentação do gado. Plantios de cana e capim tem sido a solução mais acertada para amenizar os efeitos da estiagem.

A seca extrema que afeta a grande região tem sua origem a combinação de fatores climáticos típicos da estação, agravado pela ausência das frentes frias.

A estiagem por si só, não é um problema, aliás, faz parte do ciclo climático anual da Terra. O problema é o seu prolongamento, já que passa de 110 dias sem chuvas nessas regiões tradicionalmente marcadas por relativas secas. O decreto que vale por 180 dias, é também um dos recursos que outras regiões do país utilizam para minorar a situação, como os estados do Norte e Nordeste, que enfrentam a pior estiagem desde 1980.

Prejuízos

Segundo relatório feito pela Emater, no Norte de Minas Gerais, há registros de perda de 90% nas lavouras de feijão e milho e queda de 30% na produção leiteira. Já no Noroeste de Minas, o estado pode ter deixado de arrecadar quase R$ 925 mi com grãos

De acordo com o Instituto Climatempo, apesar dos índices pluviométricos registrados em Minas no último período chuvoso, muitas cidades já se encontram com problemas de abastecimento em comunidades rurais.

Leste de Minas

Na região Leste, fora da influência do arco da zona da seca, a estiagem tem impactado fortemente, especialmente no setor da pecuária, que depende essencialmente de pastagens verdejantes.

Produtores rurais no Vale do Rio Doce, principalmente leiteiro, que não se prepararam com lavouras de capim para alimentar o gado, tem passado por verdadeiros estresse para não cair a produtividade. O valor do leite ao produtor rural em junho, permanecia em R$ 2,78 o litro.

Alimentar o gado no curral assegura a produtividade do leite – Foto: Arquivo CG

O enfraquecimento das pastagens em decorrência da falta de chuva tem impactado em diversas iniciativas no âmbito dos negócios. A venda de animais entre produtores rurais praticamente paralisou-se, devido à incapacidade de abrigar e alimentar novas cabeças. Quanto à venda para a indústria de proteínas a situação também não vai bem, devido os animais não terem peso favorável, isto é, sem pasto, gado magro.

O gado de corte é penalizado com a queda das pastagens – Foto: Arquivo CG

De acordo com o Instituto Climatempo. O texto afirma que, apesar dos índices pluviométricos registrados em Minas no último período chuvoso, muitas cidades já se encontram com problemas de abastecimento em comunidades rurais.

As queimadas trazem preocupação no campo neste período – Foto: Arquivo CG

Desafios

Segundo o engenheiro agrônomo Anderson Barbosa Evaristo, professor do Instituto de Ciências Agrárias (ICA) da Universidade Federal dos Vales Jequitinhonha e Mucuri, para mitigar os efeitos da crise climática, é necessário investir em melhoramento genético e biotecnologias, manejo sustentável do solo e da água, sistemas integrados de produção, tecnologias de agricultura digital e de precisão, diversificação e planejamento agrícola, educação e capacitação dos agricultores, políticas e incentivos governamentais e pesquisa e desenvolvimento.

Floradas

Apesar do cenário um tanto desolador, a paisagem rural surpreende com a beleza de suas floradas de época. Diversas espécies neste período, anunciam a primavera, estação de floradas, como os Bougainvilles nativos, as samaúmas e os ipês amarelos.

Os ipês amarelos realçam sobre a pastagem ressecada – Foto: Elvira Nascimento

 

A florada dos bouganvilles nativos – Foto: Arquivo CG

 

 

As sumaumas também se destacam em meio à aridez do pasto – Foto: Arquivo CG

 

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