HOME HEADER 1 – FABRICIANO – IPTU PREMIADO

A mais primitiva transmissão radiofônica na região ocorreu nos anos 1940, quando um estabelecimento comercial de Coronel Fabriciano instalou um possante rádio transmissor em linha com diversos alto-falantes espalhados pelos postes do Centro da cidade.

Por José Célio de Sousa

No mesmo ano em que os primeiros engenheiros contratados para construção da Estrada de Ferro Vitória a Minas chegaram ao povoado do Calado, 1922, ocorreu no Rio de Janeiro a primeira transmissão radiofônica no Brasil. Durante a Exposição do Centenário da Independência, a empresa norte-americana Westinghouse instalou no alto do Corcovado um transmissor de 500 watts para transmissão do pronunciamento do presidente Epitácio Pessoa. Segundo depoimento do cientista e educador Edgar Roquette Pinto, principal articulador da iniciativa e considerado o pai da radiodifusão brasileira, praticamente ninguém ouviu nada da transmissão. O barulho na exposição era muito grande e os alto-falantes eram relativamente fracos. Mas, mesmo assim, a novidade provocou enorme sensação. Fora do evento, apenas 80 receptores espalhados na então capital federal e nas cidades fluminenses de Niterói e Petrópolis acompanharam a transmissão experimental, que incluiu a ópera O Guarani, de Carlos Gomes, encenada no Teatro Municipal.

Cerca de 30 anos mais tarde, com o nome trocado de Calado para Coronel Fabriciano, a agora cidade viveria uma experiência semelhante. Por intermédio do comerciante José Avelino, foi instalado um possante rádio transmissor, o primeiro da região, com transmissão em linha para diversos alto-falantes espalhados pelos postes do Centro da cidade. Era retransmitida a programação das rádios Nacional e Mayrink Veiga, do Rio de Janeiro. A intenção era popularizar o uso dos aparelhos de rádio, inclusive os primeiros à pilha vendidos na região. A Casa Avelino foi pioneira ainda na comercialização de geladeiras (movida a querosene), de vitrolas e das bicicletas Philips, importadas da Inglaterra, entre outros artigos exclusivos.

No poste de madeira, o auto falante do sistema de transmissão em linha da Casa Avelino

A primeira rádio AM do Vale do Aço é a Educadora, que foi ao ar em caráter experimental em fevereiro de 1968

Excetuando a experiência dos rádios amadores, com destaque para os pioneiros Wenceslau Martins Araújo e Lourival Leite, a cidade de Coronel Fabriciano teria sua primeira rádio AM, a Educadora, em meados dos anos 1960. A emissora criada pela congregação católica Missionários Redentoristas foi ao ar, em processo de teste, no dia 12 de junho de 1966. Em 2 de fevereiro de 1968 o coromandelense Aurélio Caixeta foi o primeiro radialista a falar, em caráter experimental, nos microfones da Educadora, que entrou oficialmente em operação no dia 18 de março de 1968. Dessa vez o locutor da estreia foi o aimoreense Leôncio Corrêa, que às cinco horas da madrugada deu início as transmissões do programa Despertar Sertanejo.

A inauguração da Rádio Educadora em 1968 foi comemorada também na torre de transmissão da emissora

 

Aurélio Caixeta, o primeiro radialista da pioneira Rádio Educadora

O radialista foi certamente o funcionário que durante mais tempo trabalhou na Educadora AM 1010. Depois de um ano à frente do programa sertanejo (apresentado posteriormente pelo radialista João Poeta) passou a comandar o departamento de jornalismo da emissora, onde ficou por mais de 25 anos. Numa entrevista recente aos comunicadores Roberto Nogueira e Peterson Machado, ambos da Educadora, Leôncio Corrêa relembrou os primeiros tempos da rádio, quando não existia internet nem mesmo telefone celular. “Tínhamos que gravar as notícias das emissoras do Rio e São Paulo e depois datilografar tudo, para então ir pro ar. As reportagens eram feitas de ônibus e ainda carregando um gravador de dois quilos. Quando saiu o celular, a rádio logo comprou um, pesava quase 4 quilos. Era muito potente, tinha uma mala com o aparelho e microfone, mas foi um sucesso as primeiras transmissões ao vivo”, revelou o radialista, que transmitiu direto de Brasília a eleição do presidente Tancredo Neves. Atualmente Leôncio Correia é diretor do canal na web, Jornal do Leôncio.

Leôncio Correa, primeiro locutor da Rádio Educadora nas madrugadas

Antony Garotinho quase foi locutor da Educadora

Numa entrevista ao programa Histórias da Bola, da TV Cultura Vale do Aço, apresentado por Waldecy Castro, Aurélio Caixeta (que começou no rádio aos 18 anos, na Difusora, de Patrocínio), relembrou um incidente impensável no rádio contemporâneo. Era o início das transmissões esportivas da Educadora, e um dos locutores da época, Ricardo Medeiros (que comandava um programa matinal aos domingos no extinto Cine Marrocos, o Ricado Show) assegurou convictamente que sabia narrar futebol. O jogo foi no campo da Usipa e o pretenso locutor se enrolou todo. Num momento de total desespero soltou no ar: “Puta merda! Eu não sei narrar isso não!”. O repórter de campo teve que continuar narrando a partida, mas a rádio ficou longo tempo sem transmitir jogos de futebol. O hilário episódio, no entanto, não arranhou a credibilidade da jovem emissora, que aos poucos ganhou a simpatia dos ouvintes pela qualidade de seus profissionais. Nos anos 90 Aurélio Caixeta apresentou o programa esportivo Balanço da Bola.

(Um parêntese: poucos sabem, mas Waldecy Castro começou como repórter esportivono jornal Diário do Aço em 1980, quando a sede era em Coronel Fabriciano. Foi levado pelo pai para preencher o cargo vago. Apesar de sua competência, a qualidade que mais pesou para sua contratação é que era atleticano. A então editora Manoelita Lustosa (atriz falecida recentemente), o chefe de redação José Eduardo Azevedo (também falecido) e a maioria dos demais profissionais também torciam pelo Galo. Foi aceito por unanimidade).

Atual diretor geral da Galaxia, José Geraldo Magela Júnior trabalhou na Educadora entre 1977 e 1987 e pode comprovar a ótima avaliação que a Educadora possuía. Após assumir a direção da emissora, em 1979, ele e o brilhante locutor Edmar Moreira viajaram a Campos (RJ) para contratar novos profissionais. E um dos entrevistados foi o futuro governador do Rio de Janeiro, Antony Garotinho, naquela época um jovem e cabeludo radialista da Rádio Cidade. “Ele ficou muito lisonjeado pelo convite. Disse que sabia da boa reputação da Educadora, mas que ingressara na política e era candidato a vereador pelo PDT”, relembrou Júnior. Realmente a equipe de jornalismo da emissora fabricianense sempre contou com respeitados profissionais, como Vitor Pergo, Mauro Velasco, Cacau Borges, Gilberto Medeiros, Ademir Cunha, Lima Muniz, Aparecida Neves, Luciano Pascoal, Manoela Suely e Izael Godói, que trabalhou na emissora entre 1988 e 2001 e depois na Vanguarda entre 2002 e 2008. Dois programas ficaram na memória dos ouvintes da Educadora. O primeiro, um programa sertanejo comandado pelo radialista Atanázio Pereira Mendes, o Compadre Juca, falecido num acidente de trânsito em 1988; o segundo, um programa policial, Ronda do Vale, apresentado por Artur Machado, que foi líder de audiência por vários anos. Quem passava pela rua ouvia em quase todas as casas o rádio ligado no programa. O famoso radialista dos anos 80 faleceu no último dia 2 de janeiro no Hospital Márcio Cunho, vítima de grave problema no fígado. Artur também fez história interpretando um personagem caipira chamado Zé da Roça.

“A voz do povo”

Um dos radialistas mais renomados do rádio regional foi Edmar Moreira. Nascido em Itaperuna (RJ), desde a juventude esteve ligado aos movimentos estudantis e lutas sociais. Em 1968 formou um grupo de teatro que viajou pelo país apresentando a peça Faz Escuro Mas Eu Canto, sobre poema de Thiago de Mello denunciando a opressão do regime militar. A turnê foi interrompida na cidade de Natividade (RJ) e todos os atores e atrizes foram presos, torturados e fichados no DOPS. Solto em 1969, foi morar com os pais em Tombos (MG). No princípio de 1971, veio para a Educadora. Sua experiência anterior no rádio tinha sido no Movimento de Educação de Base, processo que utilizava o sistema de alfabetização do professor Paulo Freire, com aulas transmitidas por emissoras de rádios regionais.

Ao assumir a Direção Artística da Educadora, Edmar Moreira direcionou o microfone da emissora para o povo, definindo uma programação mais popular e democrática. A rádio passou a discutir e retratar a falta de infraestrutura básica nas cidades da região e denunciar desrespeitos aos direitos humanos. Seu programa tornou-se líder de audiência e ele passou a ser reconhecido como a “voz do povo”, concedendo amplo espaço a sindicalistas, músicos, compositores e atores. Mas o sucesso veio acompanhado de perseguições arquitetadas por políticos mal intencionados e por diretores de empresas denunciadas por agressões ao meio ambiente. Edmar encerrou sua carreira de radialista na Itatiaia, de Timóteo, hoje Rádio Vale do Aço, e aposentou-se por invalidez em 2004, depois de três enfartes e duas cirurgias cardíacas. Reside no Bairro dos Professores, em Coronel Fabriciano, possuindo ainda uma pequena propriedade no Bairro Petrópolis, em Timóteo, onde se dedica à literatura.

Edmar Moreira entrevista o ator Tony Ramos

Na Copa do Mundo

A Educadora foi a primeira emissora do interior mineiro a transmitir com equipe própria uma Copa do Mundo, a de 1986, no México. A equipe de esportes da rádio fabricianense também liderou uma rede para outras transmissões internacionais importantes, como Libertadores e Supercopa. Quando as tevês não transmitiam com a frequência de hoje o Campeonato Brasileiro, a emissora fabricianense foi a primeira do interior a acompanhar Atlético e Cruzeiro em partidas disputadas fora do estado. A lista de locutores, comentaristas e repórteres esportivos que atuou na Educadora é extensa: Jonas Conti, Ednei Scáfora, Dinei Monteiro, Lima Muniz, Nelcy Romão, Pedro Márcio Milanez (Ferreirão), Wander Santos, Sinésio Miranda, Roberto Moutinho, Roberto Siqueira, Paulo Cézar Santos, Cardoso Neto, Eustáquio Silva Neto, Moacir Arantes e Emiliano Magno, que começou comentando desfile das escolas de samba de Timóteo nos anos 1980. Hoje a equipe é comandada por outro importante e histórico radialista, José Marcelo, que veio de Ponte Nova há mais de 30 anos, a convite de Wander Santos. Até o dia 31 de dezembro o programa esportivo comandado por José Marcelo era terceirizado, com a comercialização de anúncios a cargo da equipe formada ainda por Roberto Nogueira e Dário de Freitas, que mantinha outros dois programas, Bom Dia Vale do Aço e A Tarde é Nossa, respectivamente. Em 2015 a Educadora inicia a transmição dos campeonatos de futebol amador da região.

Tapa durante entrevista

Wander Santos, além de integrar a equipe esportiva da emissora, apresentou dois programas de grande audiência: Comunicação WS e Boate Flor de Liz. Ele chegou à Educadora em 1980, convidado por Edmar Moreira, que o trouxe da Rádio Montanhesa, de Viçosa. Lá, ainda menor de idade, associou-se a um gráfico de jornal, Acir Castro, para apresentar um programa dominical estudantil com duração de uma hora chamado A Candinha, famosa música de Roberto Carlos que era a abertura do programa. Em seguida apresentou outro programa no mesmo formato, O Mundo Social da UESVE (União dos Estudantes Secundaristas de Viçosa), às 13h de domingo. Em março de 1968 foi promovido a locutor da Montanhesa e em 1973 fui contratado como locutor e redator do Projeto 2, do Centro de Ensino e Extensão da Universidade Federal de Viçosas até 1975. Também apresentou Comunicação WS, a maior audiência da emissora, durante o qual era realizado o concurso anual Garota Piscina. Em 1977 foi para Belo Horizonte, onde trabalhou na Rádio Jornal de Minas (hoje Rádio América), com Acir Antão, que atualmente apresenta um programa dominical na Itatiaia de BH.

Wander também trabalhou na Itatiaia e fez vários trabalhos freelancer para diversas emissoras. Entre 1987 e 1994 foi correspondente da Rádio Inconfidência no Vale do Aço. Em 1984 o radialista de Viçosa ficou famoso nacionalmente ao se envolver num incidente no intervalo do jogo Atlético e Villa Nova com o jogador Éder Aleixo. Wander interpelou o craque por um cartão amarelo recebido, o jogador respondeu rispidamente e o repórter de campo também retrucou. Na confusão, Éder deu um tapa no fone de ouvido de Wander e saiu correndo para o vestiário. Os colegas Pedro Márcio Milanez, Ramon Salgado e Marcos Russo presenciaram o episódio e no mesmo momento foi registrada queixa. “Fiquei famoso, mas, não era isso que eu queria. Tanto que o Boletim de Ocorrência sumiu, a Associação Mineira de Cronistas Esportivos engavetou o caso e o Éder pediu desculpas publicamente no Globo Esporte”.

De Viçosa para o Vale do Aço, Wander Santos frequentou vários estúdios da radiofusão

FM com músicas de classe

Em janeiro de 1991 foi inaugurado o transmissor de 10.000 watts e, mais recentemente, para fortalecer a imagem da emissora, a grade da programação foi reformulada, com transmissão da rádio na internet, bem como a criação de um canal extra na web (www.educadoramg.com.br) voltado para um público mais segmentado. Em 2004, foi inaugurado o canal FM 107,1, com programação de músicas mais selecionadas, apresentadas inicialmente por Jeferson, atualmente na 97.1 FM, seguido pelo locutor Pira, a Educadora AM continuou com seu papel evangelizador. A programação iniciava com Despertar Sertanejo, com Malazartes; depois vem Bom Dia Vale do Aço, onde se destacava a seção Microfone Aberto, coordenado por Roberto Nogueira, com participação de autoridades, artistas e o público; em seguida, A Tarde é Nossa, com músicas, informação, prestação de serviços e sorteios. Continuando tem Sertão Classe A, com Dário de Freitas. À noite, o radialista João Poeta apresentava Sertanejo na Cidade. Entre os programas religiosos diários, Um Momento com Dom Lélis Lara, permaneceu por 25 anos no ar.

Galáxia, uma rádio que transpunha o imaginário do ouvinte

Emissora foi a primeira FM do interior mineiro a transmitir ao vivo durante 24 horas.

Não resta a menor dúvida de que a Rádio Galáxia FM 99,5 foi um dos maiores fenômenos do rádio do interior mineiro de todos os tempos. Somente quem viveu a época em que a emissora fabricianense dominava maciçamente a audiência de grande parte do leste mineiro poderá classificar com precisão a força e vibração que fazia da Galáxia uma rádio que transpunha o imaginário do ouvinte. Sua programação musical de excelente qualidade era inquestionável. (Note-se que ainda não ocorrera a invasão do axé e do pagode; o sertanejo era apenas um prenúncio). No final dos anos 70 e inicio dos anos 80 o nível musical, tanto nacional, quanto internacional, apresentou uma vitalidade e criatividade extraordinárias e, por falta das dezenas de mídias contemporâneas, o rádio era o principal canal que levava a música para todos. No caso da Galáxia, que foi para o ar no dia 17 de julho de 1984, a maior parte de seus ouvintes era formada por jovens. Antes, esse público ouvia predominantemente a Rádio Mundial, do Rio de Janeiro, onde se destacava o lendário DJ Big Boy, morto de enfarto provocado por um ataque de asma, num hotel em São Paulo em 1977.

Com bastante habilidade, captando a linguagem e comportamento do público, a direção da Galáxia, sob o comando eficiente de Adílio Coelho, formou uma notável equipe de locutores, também jovens, que interagia com bastante naturalidade com os ouvintes. Vários locutores ficaram muito conhecidos por suas vozes e pela locução descontraída, como convinha à época e o direcionamento da emissora. Alguns eram idolatrados quase tanto quanto os músicos e cantores que apresentavam. A lista deles é imensa e todos fizeram enorme sucesso: Paulo Leite, Big Beto, Emerson Machado, Gilvan Costa (morto quando fazia trilha num jipe), Vaninha, Mônica Araújo, Cacá Machado, Lobinho, Lobão, Fernando Loro, Rose Oliveira, Marcelo Martins, José Oliveira (que tinha um programa sertanejo na madrugada e anteriormente trabalhara em outras rádios regionais) e Erich Drumond, que hoje é locutor e representante comercial da Jovem Pan FM 102,3 de Ipatinga. Quem também apresentou um programa de grande audiência a partir de uma hora da madrugada foi Antônio Otaviano Lacerda, o popular Coelho, hoje no departamento comercial e de promoção da emissora. Os programadores musicais da Galáxia, entre eles, B.O, famoso discotecário das boates Kazebre e Saint Tropez, Zezé Gonçalves e José Carlos, guitarrista da Banda Brilho e hoje vereador em Coronel Fabriciano, foram responsáveis também pela fama da rádio.

A equipe criativa da Rádio Galáxia inovou a transmissão FM no Leste mineiro: Jotinha, Zezé, Fernando Cezar, Hemerson, Márcio e José Oliveira. Outros locutores que marcaram época na Galáxia foram Wallace, Erich Drumond, Mônica, Marcelo etc

Locutores e logomarca de sucesso

Márcio dos Santos Almeida, o conhecido Márcio DJ, é um dos mais famosos locutores da extinta Galáxia. Após a Galaxia, Márcio apresentou dois programas na Tropical de Timóteo. Quando chegou à Galáxia, em 1991, Márcio já tinha trabalhado em duas emissoras FM’s em Vitória (ES): a Tropical e a Cidade. Um ano antes, a convite de Adílio Coelho, tinha coordenado a montagem, produção e programação da Natividade FM de Muriaé. “A Galáxia era um celeiro de bons locutores vindos de várias regiões do país. Todos trabalhavam em conjunto com muita criatividade e isso fazia o sucesso da rádio”, recorda Márcio DJ, que com o falecimento do técnico em estúdio Jotinha e a saída de Zezé Gonçalves, acumulou durante vários meses as funções de programador e produtor de comerciais da emissora no início dos anos 2000.

Além de ficar sintonizados na Galáxia, grande parte dos automóveis dos ouvintes carregava colado nos vidros das janelas e para-brisas o famoso adesivo da rádio. Criada pelo desenhista William Carvalho, hoje engenheiro mecânico, a logomarca, em tons vermelho e amarelo, mesclava suaves linhas pretas com contorno psicodélico. A brilhante peça foi um importante componente de publicidade da Galáxia, famosa também por suas inúmeras gincanas e promoções comerciais. Os ouvintes da emissora eram brindados, ainda, com os últimos sucessos internacionais, enviados diretamente dos Estados Unidos por um dos irmãos de Adílio Coelho, que por lá residia nos anos 1980. A mais famosa FM da região tinha outra novidade: publicava mensalmente o Galáxia Paper, um jornal tabloide com novidades musicais e interação com o ouvinte, no caso, o leitor.

A logomarca da Rádio Galáxia criada por Marcos Willian Carvalho tornou-se símbolo regional

Comerciais garantiram montagem da rádio

Adílio Coelho, ex-gerente de lojas, ex-empresário de jogadores de futebol e ex-colunista social do Diário do Aço (quando a sede do jornal era em Coronel Fabriciano) e seu sócio, o odontólogo Marcelo Albeny, foram os dois principais responsáveis pela criação e montagem da Rádio Galáxia FM 99,5. Para conseguir a concessão de funcionamento da emissora os dois fizeram inúmeros périplos em gabinetes de políticos em Belo Horizonte e Brasília. Eles portavam cartas de apresentação do Lyons e do Rotary locais para tentar convencer os burocratas do Ministério das Comunicações. Finalmente, no dia 13 de março de 1982, o ato de concessão foi publicado no Diário Oficial.

Começaram então os esforços para colocar a rádio no ar. Não se deve esquecer que o interesse e o comprometimento dos anunciantes da região foram fundamentais para a instalação da emissora. Numa manobra inédita, os fundadores da Galáxia (que nos primeiros meses contou também com a sociedade do médico Rubem Winter Maia Filho e do jornalista Marcondes Tedesco) conseguiram vender antecipadamente um número impressionante de pacotes comerciais que garantiram a montagem da rádio um ano antes dela ir para o ar. Em seu histórico de pioneirismo, a Galáxia foi a primeira FM do interior mineiro a transmitir ao vivo durante 24 horas. Foi também pioneira na utilização de transmissor de Frequência Modulada de alta potência, modelo classe A Especial, considerado ainda hoje um dos maiores do estado, com 25 mil quilowatts.

A área de abrangência da emissora atingia um raio de aproximadamente 200 quilômetros, chegando à região de Caratinga e Governador Valadares até João Monlevade. “Certa vez, consegui sintonizar a Galáxia, no meu carro, próximo a Diamantina. Imediatamente liguei para o locutor que estava no ar, o Marcelo Martins, contando a novidade”, revela José Geraldo Magela Júnior, diretor comercial da rádio na época. Júnior entrou para a Galáxia em fevereiro de 1988 e cinco anos depois, no Natal de 1993, ganhou de presente, ou num “ato de bondade”, conforme o próprio Júnior, 15% da sociedade da rádio. Quando Marcelo Albeny faleceu, em 2000, ele ficou com mais 15 por cento da Galáxia.

Equipe da Rádio Galáxia, período em que liderava a audiência

Curiosamente, o declínio da FM fabricianense, que por suas criativas inovações foi citada na imprensa nacional, teve início com a avassaladora chegada da nova música sertaneja. Por quase 20 anos a Galáxia só tocou sucessos da MPB e músicas pop e rock nacional e internacional. No início dos anos 2000, após pesquisa de opinião pública, dos 212 ouvintes pesquisados, 197 mostraram preferência pela música sertaneja, o que obrigou a emissora a abrir sua grade de programação para o novo (e massacrante) estilo musical. Aos poucos, no entanto, a rádio foi ficando mais popular e começou perdendo seus antigos ouvintes. Além de enfrentar a acirrada concorrência das outras rádios da região voltadas mais especificamente para o público de música sertaneja. Com a perda de audiência vieram inúmeros boatos de que a Galáxia estaria sendo negociada com igrejas evangélicas ou grupos radiofônicos de fora.

Franquia é a solução

Mas, foi somente em 2010 que a Galáxia finalmente deixou de existir, passando a ser uma franquia da Rede Nativa de Rádio, pertencente ao Grupo Bandeirantes de Comunicação, de São Paulo, transferindo seu estúdio para Ipatinga. Com potência de 10 mil quilowatts, a rádio alcança um raio de 100 quilômetros. Toda sua programação é enviada da capital paulista via Satélite Brasil SAT C 3. Os locutores locais transmitem entre 8h e 11h e 14h e 18h, quando são realizadas várias promoções e o sorteio de R$ 500 diariamente. “As FM’s do interior que não se transformarem em franquia das grandes redes de comunicação estão fadadas ao fracasso. Está sendo economicamente inviável manter uma rádio no ar. As despesas com pessoal e energia elétrica, entre outros encargos, não estão ficando próximas do nível de faturamento”, explicou Júnior.

Atualmente, com o estúdio de volta para Coronel Fabriciano, a Rádio Galáxia retoma seu antigo nome e mantém sua programação diversificada.

Grupo Vanguarda é a realização de um verdadeiro homem do rádio

Nove concorrentes participaram do edital para implantação da emissora de Ipatinga

A criação da Vanguarda AM 1170 deve-se à persistência de um legítimo homem do rádio. A trajetória de Ulisses Nascimento está ligada à fundação da mais importante cadeia de rádio mineira, a Itatiaia. Ele foi sócio-fundador da emissora ao lado de seu idealizador, Januário Carneiro, pai do atual diretor-presidente, Emanuel Carneiro. Na Itatiaia, primeiramente instalada em Nova Lima, Ulisses Nascimento foi diretor-assistente, jornalista, locutor e repórter. Mesmo sendo praticamente o segundo profissional mais importante da rádio nos seus primeiros anos, Ulisses tinha o sonho de ser dono de sua própria rádio no interior. Desde quando conheceu o Vale do Aço, em meados dos anos 1960, não teve dúvidas de que a efervescente região era ideal para realização de sua vontade. Curiosamente, sua visita coincidiu com a inauguração da Rádio Educadora, em Coronel Fabriciano.

Numa entrevista ao jornalista Alex Ferreira, do Diário do Aço, Ulisses Nascimento contou que a conquista da concessão da futura Rádio Vanguarda foi resultado, além de sua persistência, de uma série de acasos. Nos anos 1970, não apenas ele, mas muitos outros estavam interessados na instalação de uma rádio AM em Ipatinga. O então prefeito Jamill Selim de Salles, no entanto, já havia assegurado apoio a um dos concorrentes, um empresário ligado à radiodifusão em Governador Valadares. Para sorte de Ulisses, o investidor favorecido adquiriu uma emissora já em funcionamento e desistiu de concorrer em Ipatinga. Mesmo assim, outros nove concorrentes participaram do edital, entre eles, nomes importantes como a Fundação São Francisco Xavier/Usiminas. Mas a proposta vencedora acabou sendo de Ulisses Nascimento, cujo sócio na empreitada foi o advogado Ronaldo de Souza. “Ele era o procurador geral do município e quando o convidei para instalarmos a rádio ele topou na hora”, revelou Ulisses. Ainda hoje a empresa é uma sociedade com os herdeiros de Ronaldo de Souza, sendo que a filha de Ulisses, a administradora Valéria Nascimento, atua na direção da Vanguarda.

Em 28 de abril de 1982, no décimo oitavo aniversário de emancipação de Ipatinga, a primeira rádio AM da cidade entrava no ar. “Escolhi o nome Vanguarda em função de sua significação. Estar à frente e integrar o Vale do Aço por meio da notícia era a nossa missão. E acredito que a cumprimos. Pensava que, se os municípios vivem juntos, precisam tomar conhecimento de seus problemas e encontrar soluções conjuntas. E olha que nessa época inexistiam termos como região metropolitana, região conurbada e outros. Então, pensamentos vanguardistas imperavam naquele momento e isso justificava o nome da emissora”, relembrou Ulisses Nascimento ao Diário do Aço. Ainda nos anos 1980 a Vanguarda ampliou a potência de transmissão e criou novos canais, como as rádios 95 FM e Eldorado (hoje Grande Vale FM 93,1). A TV Cultura, da Fundação Padre Anchieta, não pertence mais ao grupo.

Ulisses Nascimento consolidou o padrão Vanguarda

“Pode vibrar, pode pular”

Um dos profissionais mais identificados com a Vanguarda é o radialista Fernando Rocha. Natural de Tarumirim, começou na carreira jornalística, em 1977, como repórter policial do Diário do Rio Doce. Dois anos depois veio para o extinto Diário da Manhã, em Ipatinga. Em 1981, antes mesmo da inauguração oficial da Vanguarda, ingressou na emissora como repórter/redator, destacando-se nas coberturas jornalísticas e esportivas. Hoje atua como publicitário, comentarista de futebol e coordenador da Divisão de Esportes da rádio. Entre seus momentos inesquecíveis como repórter, está a cobertura da eleição municipal de 1982, quando Jamill Selim de Salles foi eleito prefeito de Ipatinga. “A contagem dos votos era manual e durava uma semana. Nossa audiência era total, e minha voz ecoava por todos os cantos da cidade. Quem não tinha rádio escutava o do vizinho”, relembra.

Como narrador esportivo criou o bordão “Pode vibrar, pode pular”, após descrever um gol. Transmitiu jogos importantes dos times mineiros em quase todos os principais estádios do Brasil, Argentina, Uruguai. Cobriu a Copa de 1994 nos Estados Unidos, mas também transmitiu jogos amadores em cima de caminhões, corridas de kart, bicicross e até vaquejada. A equipe de esportes da emissora contava ainda com Aloísio Martins, Lucélio Gomes, José Rodrigues do Amaral (Carioca), Éder Rocha, Carioquinha, Luís Otávio Pena, Orlando Augusto, Paulo Rodrigues, Nelcy Romão, Silva Neto, Dário de Freitas, Paulo César Santos, Alfredo Sales, Nardyello Rocha, Jota Passos, Sérgio Santos, Luiz Carlos Videira, Silva Neto, Alex Lanza e Paulo Roberto Malta. Fernando Rocha criou o programa Bola na Área, em 1997, na TV Cultura, atualmente apresentado por Fabrício Pereira. Fernando atua também como comentarista-convidado na Inter TV dos Vales, afiliada da Rede Globo de Televisão. Entre 1997 e 2004 foi administrador do estádio Ipatingão e ocupou o cargo de Secretário de Cultura, Esporte e Lazer, da Prefeitura Municipal de Ipatinga. Entre seus planos na época, estava a produção de um livro com a coletânea de suas crônicas, artigos e textos variados que escreveu para os jornais Vale do Aço e Diário do Aço.

Fernando Rocha destacou-se na cobertura jornalística e esportiva

Microfone no queixo de Fernando Collor

Outro profissional marcante da Vanguarda foi o repórter Edmílson Araújo. Por quase 20 anos ele cobriu os principais acontecimentos registrados em Ipatinga, principalmente na área política. No início acumulou também a função de repórter policial e diarista das três principais cidades do Vale do Aço. Entrou para a emissora em maio de 1989 (foi seu primeiro emprego) sem nenhuma experiência na equipe formada por José Rodrigues do Amaral, Ironi Gonçalves (noticiarista), Éder Rocha e Fernando Rocha, que era o coordenador de jornalismo.

Na campanha presidencial de 1989 participou de um incidente, em Ipatinga, que envolveu o candidato Fernando Collor que quase acabou em confusão. O candidato do PRN não quis dar entrevista na chegada ao aeroporto de Santana do Paraíso e seguiu para a sede do sindicato dos trabalhadores metalúrgicos, no Bom Retiro, com toda a imprensa nacional atrás dele. Nas escadarias do prédio do Sindipa o candidato foi cercado por dezenas de repórteres e no caos generalizado que se estabeleceu o microfone de Edmilson Araújo acertou o queijo de Fernando Collor, que rispidamente o afastou com força e acertou o pescoço de Fernando Rocha. Alguns jornalistas, inclusive o da Folha de S. Paulo, o incentivou a registrar queixa policial, que não foi feita. Mesmo na função hoje de gerente de Comunicação do Legislativo de Ipatinga, Edmilson Araújo trabalhou como free lancer da Vanguarda na eleição de 2014.

Edmílson Araújo entrevista o então candidato à presidência da República Luiz Inácio Lula da Silva, em Ipatinga

Mais de 1.200 jogos transmitidos

Não se poderia falar da imprensa esportiva radiofônica regional sem citar a trajetória do mantenense Nelcy Romão, criador do popular bordão “Bate forte o coração da galera” após a narração de um gol. Surgido, por sinal, numa transmissão da Rádio Educadora, depois de uma linda jogada do atleticano Euller num amistoso entre Atlético e Villa Nova. Como todo radialista, cresceu ouvindo rádio e seu primeiro teste foi na Rádio Treze de Junho AM (ZYL 311), em Mantena, incentivado por amigos que o ouviam cantando bingo. Quem primeiro notou seu trabalho de repórter de campo foi o atual comentarista da Rádio Tropical, Paulo Roberto Schmidt (na época, trabalhando na Educadora), que o indicou ao então chefe de esportes da emissora fabricianense, Roberto Moutinho. O convite foi feito na decisão do Brasileirão de 1985, no Maracanã, entre Bangu e Coritiba, que se sagrou campeão. Em março do ano seguinte, com 17 anos, chegou a Fabriciano. Não suportou a solidão de ficar sozinho num hotel e retornou à cidade natal depois de pouco tempo.

Foi por insistência do diretor artístico da Educadora, Gilberto Medeiros, que retornou e ficou até 1988. “Nossa equipe era de ponta. Tinha, além de José Marcelo, Roberto Moutinho e Gilberto Medeiros, que era um dos melhores plantonistas do rádio brasileiro, o falecido Emiliano Magno, Paulo Cezar Santos, Tião Carvalho, Cardoso Neto, Waldir de Castro, Flávio Anselmo, Wander Santos, entre outros”, disse Nelcy numa entrevista ao jornalista Fernando Silva, do Jornal Vale do Aço. Depois da Educadora passou pela Vanguarda em 1990 e Itatiaia (depois de uma estadia nos Estados Unidos). Seus companheiros de equipe na emissora timotense foram gente como Jonas Conti, Diney Monteiro, José Marcelo, Nardyello Rocha, Breno Brandão, Sinésio Miranda, Ademir Cunha, Emiliano Magno, Júlio Oliveira, Wander Santos, Alfredo Sales, Douglas Xavier, José Rodrigues do Amaral, Waldir de Castro, Fernando Silva e Fabiano Maia. Em meados de 2001 trabalhou novamente na Vanguarda. No total, Nelcy Romão já transmitiu aproximadamente, 1.200 jogos. Desses, o que ele considerava mais importante é sua primeira transmissão internacional, no Estádio Nacional, em Santiago do Chile, entre Chile e Brasil, (1 a 1), com o lendário repórter Pedro Márcio Milanez, em 1989.

Nelcy Romão passou por todos os estúdios do Vale do Aço

O narrador esportivo Paulo Cézar Santos começou aos 21 anos na Rádio Educadora, onde trabalhou entre 1985 e 1998. De 2001 a 2003 teve uma passagem pela Itatiaia. Atualmente, desde 2008, está em sua segunda passagem pela Vanguarda. A primeira foi de 1998 a 2000. É dono do bordão “Chocoalhouuuuuu”, imitando o barulho que a bola faz ao estufar a rede. Junto com Silva Neto, que transmite de Belo Horizonte, faz parte de equipe comandada por Nelcy Romão, cujos repórteres de campo são J. Passos, Sérgio Santos, Luiz Carlos Videira (que também é plantonista) e Alex Lanza, sediado também na capital mineira. Cyntia Garcia e Coelhinho também são comentaristas colaboradores. Os dois programas da emissora ipatinguense hoje são Vanguarda Esportiva (11h30/12h30) e Vanguarda Segundo Tempo (18h05/18h50).

Descobrindo novas alternativas

Aos 85 anos, completados no Natal de 2014, Ulisses Nascimento reside com a esposa Hely no bairro Buritis, em Belo Horizonte. Sua filha Valéria Nascimento, psicóloga formada pela Pontifícia Universidade Católica (PUC), é quem há sete anos foi diretora executiva do Grupo Vanguarda, que possui 50 funcionários diretos. Fora os agregados, como ela denomina outros colaboradores indiretos. Em 2015, além da preparação do processo da emigração do áudio AM para a faixa FM, outra transformação das emissoras do grupo é estabelecer uma maior proximidade e interatividade com os ouvintes. “Vamos manter uma programação mais atualizada e com mais entretenimento. Como gosta de dizer meu pai, a informação tem que ser na velocidade do rádio. Mesmo com a emigração para FM não vamos mudar a essência nem a característica da Vanguarda”, adiantou Valéria Nascimento, a segunda filha dos quatro filhos (dois casais) de Ulisses e Hely. Em relação ao mercado publicitário regional, a diretora executiva considerava que a situação mais vulnerável da Usiminas, principal empresa da cidade, tornou o setor mais competitivo. “Estamos aprendendo a lidar com nova realidade, descobrindo outras alternativas”, explicou Valéria Nascimento, então diretora regional Leste da Associação Mineira de Rádio e Televisão, da qual seu pai foi presidente de honra.

Itatiaia, inauguração frustrada

No dia de ir para o ar, temporal queimou transformador de alta-tensão e transmissor

Grande parte de quem ouve hoje uma das dezenas de rádios espalhadas por Minas Gerais afiliadas da Rede Itatiaia não faz a mínima ideia de que tudo começou com um pequeno transmissor montado à sombra das bananeiras do quintal de um adolescente chamado Januário Carneiro. O alcance da transmissão era mínimo e não chegava a ser captado em toda a extensão da Rua do Chumbo, atual Estevão Pinto, em Belo Horizonte. A artista da emissora era Esther, a irmã de onze anos, que em cima de um tamborete interpretava os sucessos de Dalva de Oliveira, Emilinha Borba, Marlene, Linda e Dircinha Batista. Quando começava a transmissão, o irmão caçula, Emanuel, saía em disparada pela vizinhança avisando que a rádio estava no ar. Em seguida, ficava na esquina vigiando a possível aparição dos funcionários dos Correios encarregados de apreender as emissoras piratas.

Apesar de ser uma iniciativa totalmente inofensiva, a preocupação dos radialistas tinha tudo a ver. Eram os anos da II Guerra Mundial e a operação de emissoras clandestinas era tratada pelas autoridades como espionagem. Mas o raio de alcance da rádio das bananeiras nunca foi detectado. Junto com as bolinhas de gude, as peladas de rua, essa travessura do menino Januário ficou para trás. Mas sua paixão pela brincadeira perigosa cresceu com ele. Mesmo contra a lenda de que a tuberculose era transmitida pelos microfones. A verdade era outra: na época, a doença era frequente entre os profissionais do rádio, em sua maioria boêmios… Januário cresceu, montou a Itatiaia, e fez história. “Televisão é bom para dormir. Eu gosto mesmo é de rádio”, gostava de dizer.

A implantação da Rádio Itatiaia AM 650 no Vale do Aço se deve muito ao esforço de outro grande homem do rádio, na verdadeira acepção da palavra. Além de criativo comunicador, possui profundo conhecimento técnico do assunto. Não à toa, é responsável pela reestruturação e modernização da Rádio Manhuaçu AM, pela montagem da Rádio Catuaí AM, também de Manhuaçu, além de implantar a Itatiaia AM 650, em Timóteo, em 1994. Em 2006 implantou a Jovem Pan em Ipatinga (que ainda pertence ao Grupo Itatiaia) e as rádios Globo (ex-Ibituruna) de Governador Valadares) e de Ipatinga, em 2011, que teve curto tempo de duração.

Tudo começou por acaso. Em meados dos anos 70 trabalhava na Usiminas e durante o programa Show da Cidade, apresentado aos domingos pela manhã no Cine Ipanema por Cláudio Salvador, sua potente voz foi elogiada por um dos jurados, por sinal maestro. Na juventude seu vozeirão já tinha sido notado pela amiga de uma prima, que lhe disse que ele poderia ser speaker, locutor em inglês. Não deu outra. No futuro, o admirador do lendário Hélio Ribeiro (famoso radialista paulista já falecido) e de Marcos Baby Durães (ainda vivo e que na época trabalhava na Jovem Pan) tornou-se locutor.

Melhor programa da Nova Inglaterra

Primeiro na Rádio Manhuaçu AM, onde começou fazendo controle do ECAD (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição). Depois no comando da equipe Geração 80, que fez muito sucesso na mesma emissora. Em 1982, na Manhuaçu FM dirigiu o Big Apple, produzido e apresentado de Nova York por Júlio Mazzei, programa da Antena 1 de São Paulo. Em 86 ingressou na Rádio Galáxia fazendo um programa das 20h à 1 hora da madrugada de segunda a sábado. Saiu em setembro de 86.

No final do mesmo ano Ulisses Nascimento o chamou de volta para a Vanguarda, onde em fevereiro de 87 criou, produziu e apresentou até o final de 88 o Bom Dia Alegria. Em março de 89 foi para os Estados Unidos. Na Rádio Continental AM 1080, de Boston, apresentava domingo à noite o Brasil Brasileiro. Foi eleito o melhor programa da Nova Inglaterra e recebeu o troféu do cantor Belchior. E acabou apresentando uma versão do Gala Gay local. Em setembro de 1994 ligou de Manhuaçu para Emanuel Carneiro propondo colocar a Itatiaia de Timóteo no ar, cujas instalações estavam paralisadas.

“Vai lá e bota a rádio para funcionar”

Foi a Belo Horizonte e recebeu sinal verde para começar a operação. “O Emanuel me achou maluco e disse vai lá e bota a rádio para funcionar. Cheguei à tarde no Cachoeira do Vale e encontrei um antigo colega, o Francisco Eustáquio, que era operador e estava zelando pelo local. O Emanuel tinha me perguntado qual a data mais importante para colocar a rádio no ar. Eu disse 31 de outubro (dia do meu aniversário), que é também a data de inauguração da Acesita. No dia caiu um temporal que queimou o transformador de alta-tensão e o transmissor. A rádio ficou 15 dias fora do ar e entrou em caráter experimental no dia 6 de fevereiro de 1995”.

Depois de várias outras experiências em rádios regionais e até na TV Caravelas, desde 2002 Luiz Omar é diretor da Solução Ambiental. “Mas o rádio é a minha vida”, confessa o eterno radialista, que teve vários convites para voltar para o rádio. Luiz Omar, é cidadão honorário de Timóteo (2008).

Luiz Omar: criatividade e conhecimento técnico

Primeiro apresentador da então Rádio Itatiaia/Vale do Aço, atual 97.1 FM

O funcionário mais antigo da Rádio Itatiaia/Vale do Aço é o locutor Júlio Oliveira, que ingressou quando a emissora estava sendo montada, em 1994, a convite de Luiz Omar. Antes trabalhou na Rádio Manhuaçu AM, onde começou aos 16 anos de idade como recepcionista, depois foi operador e finalmente promovido a locutor. Em 1991 foi para o departamento de jornalismo da Rádio Catuí AM, também em Manhuaçu, de onde veio para a Itatiaia. “A cobertura jornalística das rádios daqui resultava numa forte concorrência. Todas buscavam constantemente a melhor informação para o ouvinte. A disputa era feita com muita qualidade”, disse Júlio Oliveira ao relembrar o início na Itatiaia.

Seu programa era transmitido entre 6h30 e 7h, além de transmitir de hora em hora os boletins jornalísticos, procedimento feito na parte da tarde por Kelly Godoy e Mateus Cabral. Os repórteres de cidade da rádio eram Breno Mendes, Asdrúbal Marcelino e Hamilton Morais, que também comentava sobre esportes. Aos sábados pela manhã, a Vale do Aço AM 650 apresentava um programa de grande audiência. O Corrente do Bem, liderado por Geraldo Hilário (diretor presidente da emissora), o advogado Jonair Cordeiro, a psicóloga Carmem Miranda e a psicopedagoga Oni Fernandes.

Atualmente em novo endereço, a 97.1 FM conta com os prifissionais Jeferson Rocha, com o É Notícia e Quintal 97; Felipe Martins, com o Manhyã.com; seguido de Ademir Cunha, com o seu Viva a Tarde; Wellington Fred, com o Itatiaia Patrulha, e nos finais de semana, com Geraldo Hilário, no Corrente do Bem, Gustavo Pimentel, Resenha 97 e Fernando Silva, com o Baú 97

Júlio Oliveira: de Manhuaçu para ser o primeiro locutor da Rádio Itatiaia Vale do Aço

No fio da navalha

O programa Plantão da Cidade, então comandado por Mateus Cabral, iniciava às 17h. Flamenguista e fã do famoso locutor esportivo José Carlos Araújo, o Garotinho, Matheus Cabral começou na Educadora como operador de um programa que começava às cinco horas da manhã, comandado por Ademir Cunha. Naturalmente foi sendo plantonista, repórter, até narrador. Foi para narrar a primeira Copa Amdi (extinta) que ingressou na Itatiaia, sendo depois setorista do Ipatinga Futebol Clube. “O rádio é o maior veículo de comunicação de todos os tempos, e sempre será. Especialmente o AM, que informa, diverte e se dispõe a servir o cidadão e a sociedade”, ressalta Matheus Cabral, um fabricianense de 29 anos.

Outra representante da nova geração de radialistas, a estudante de jornalismo do Unileste Kelly Godoy, atuou como repórter e noticiarista na então Rádio Vale do Aço 650 AM, atual 97 FM. Mas, ela, com apenas 19 anos, fazia questão de dizer que queria ter experiência também no jornal impresso e na televisão. “O rádio possui interação imediata com o ouvinte. Mesmo sem imagem, ele provoca cenas reais no imaginário das pessoas”, comentou Kelly Godoy. Bem menos jovem que ela, mas com total dedicação ao rádio é o repórter policial Wellington Fred, que apresentava de 13h às 14h o Itatiaia Patrulha. O programa estava no ar desde o início da rádio, mas há oito anos é apresentado pelo jornalista Wellington Fred, que começou a carreira em 2002, na Educadora. Depois de três anos na emissora fabricianense ingressou na Itatiaia.

Com experiência nos jornais Vale do Aço e Diário do Aço (para quem ainda colabora ocasionalmente), Wellington Fred diz que o trabalho no rádio proporciona maior aproximação e efetividade com o ouvinte. No jornal, por sua vez, o profissional fica distante do leitor. “Mesmo com o nome do repórter impresso na cabeça da matéria, quase ninguém o reconhece na rua”. Mas, em relação à profissão de repórter policial, Wellington Fred considera que em ambas as mídias, o profissional deve tomar muito cuidado com o que escreve ou fala. “Trabalhamos no fio da navalha. De um lado podemos ser ameaçados por quem denunciamos ou por uma autoridade. Do outro podemos ser processados”, conta Wellington Fred, que diz ter sido processado inúmeras vezes, vencendo todos.

Bordão de 24 segundos

Para demonstrar seu amor pelo rádio, mesmo aposentado desde 2011, o conhecidíssimo locutor Gilberto Medeiros apresentava diariamente o Manhã Total, durante 14 anos no ar. O programa era aberto com alguma mensagem positiva que termina com o infalível bordão “Booomdiaaa…!!!, que em certa ocasião teve 24 segundos de duração. “A frase foi criada instintivamente no meu primeiro programa na Itatiaia, em 2007”, explica Medeiros, que já saiu direto do estúdio para uma cirurgia de apêndice no hospital. “Quem me levou foi o falecido José Magno, do departamento comercial da Educadora. No seu programa matutino da Vale do Aço (muito bem conduzido pelo excelente sonoplasta Schneider André) há espaço para música, entrevistas e sorteios.

Gilberto Medeiros começou no rádio aos 22 anos de idade como repórter setorista da Rádio Por Um Mundo Melhor, cobrindo o Democrata de Governador Valadares. Entre 1979 e 1982 apresentou o programa Tarde de Sucesso. No mesmo ano veio para a Educadora de Coronel Fabriciano, convidado pelo Júnior (Nativa), atendendo indicação de Ademir Cunha. Na emissora ele trabalhou com Jonas Conti, Cacau Borges, Wander Santos, Sinésio Miranda e o folclórico Pedro Márcio Milanez, o Ferreirão. Também foi noticiarista e coordenador do Departamento de Jornalismo da Vanguarda, entre 2002 e 2007. “O rádio é tudo para mim. É a minha paixão. Não consigo fazer outra coisa”, confessa o locutor, para quem o rádio é “mágico”. Aliás, ele só dorme com um rádio de pilha debaixo do travesseiro.

Gilberto Medeiros: o locutor do “Booomdiaaa…!!!,

Fã de Jorge Cury e Waldir Amaral

Outro que começou como repórter esportivo da Rádio Por Um Mundo Melhor e que desde 2009 apresenta o Viva a Tarde, na Vale do Aço AM 650, é um dos pioneiros do rádio regional. Fã de Jorge Cury, Dualcey Camargo, Waldir Amaral e Osmar Santos, o valadarense Ademir Cunha, que em 1970 apresentou na Educadora o programa musical Novo Tempo, de 16h às 18h, é admirador incondicional do rádio. “Por uns tempos tive um serviço burocrático numa empresa estatal mineira, a Cemig, mas vi que estava enganando a mim mesmo”. No início dos anos 1970 regressou à Por Um Mundo Melhor. Teve três passagens pela Vanguarda, inaugurou a Rádio Gazeta AM, de Vitória (do Sistema Globo), passou pela TV Rio Doce, pela extinta Rádio Mineira e pela Inconfidência, ambas da capital mineira. Em 2000 teve passagem rápida pela Itatiaia Vale do Aço e 2001 novamente na Educadora. “O rádio dá uma resposta imediata ao ouvinte que nenhum outro veículo de comunicação proporciona”, argumenta Ademir Cunha, autor do famoso bordão “Pode Crerrrr!!!, após a marcação de um gol.

Ademir Cunha: passou também pela TV

A censura (oficial) existe

Um dos repórteres mais marcantes da antiga Itatiaia Vale do Aço é o hoje assistente de direção da redação do Diário do Aço, Alex Ferreira. Começou a carreira em Manhuaçu, cidade natal, como repórter de jornal, depois foi ser redator da Rádio Catuí. “Foi um tempo de aprendizado. Para se conseguir notícias atualizadas havia o telex eletrônico, por meio do qual chegavam notícias dos grandes centros urbanos do país e do mundo. Curiosamente, para conseguir notícias de Minas Gerais era preciso fazer rádio escuta com a Itatiaia de Belo Horizonte. De certa forma, isso facilitou a minha vida para a filial da emissora no Vale do Aço, em março de 1995, onde fiquei até 2007”, conta Alex.

O exigente chefe de redação, que também apresentou o Cultura Entrevista, da TV Cultura de Ipatinga, diz que seu trabalho nunca sofreu nenhum tipo de censura ou ingerência pelas rádios em que passou. “Já, a (censura) oficial, sempre foi frequente. Há verdades inconvenientes para quem está no poder. Houve um tempo em que grandes empresas, agentes políticos e a polícia, tentavam intervir na divulgação de informações o tempo todo. Tive embates homéricos, que me custaram caro”, confessa Alex Ferreira.

Ele diz que com a chegada de veículos de circulação estadual e nacional e as mudanças impostas pelos novos meios virtuais, a veiculação dos fatos deixou de ficar circunscrita ao Vale do Aço. Isso, segundo ele, forçou as grandes empresas a profissionalizar suas assessorias. “Elas não o fazem por serem boazinhas não, fazem porque não adianta mais encobrir a verdade. A transparência passou a ser o maior instrumento de gerenciamento de crise. Lamentavelmente, outros setores ainda não acordaram para essa realidade. Ainda censuram, coíbem e coagem quem trabalha com informação. Partir para o enfrentamento com essa realidade é colocar-se em um nível de risco que nem todos querem ficar”, conclui veementemente.

Alex Ferreira: atualmente é editor chefe do Diário do Aço e articulista do site Revista Caminhos Gerais

Tropical alcança dezenas de cidades

Rádio de Timóteo é a única da região que tem penetração na Zona da Mata

Antes de montar, em 1989, a Rádio Tropical FM 100,3 em Dionísio, a intenção de Edy Araújo Junior, o Juninho Araújo, era montar uma rádio em Timóteo. Ele residia na cidade desde 1983, depois de deixar a casa dos pais, com 16 anos, em Dionísio. Por problemas familiares (doença de sua mãe) retornou à cidade natal, onde, como já foi dito, inaugurou a Rádio Tropical. Em 2004 ampliou sua paixão pela comunicação e criou a Rádio Liberdade FM, 99,3, em Abre Campo. Três anos depois, realizava o antigo sonho de ter a sua rádio em Timóteo, a Tropical FM 96,1. Com uma programação que mistura música, notícias, cultura, prestação de serviços e informação, a emissora é a única do Vale do Aço que tem penetração na região da Zona da Mata, pois é cabeça da Rede Tropical de Rádio, da qual fazem parte as rádios de Dionísio e de Abre Campo, que deixou de ser Liberdade no início de 2014.

Com potência de operação de 7.500 watts, apenas a Tropical de Timóteo alcança cerca de 50 cidades no Vale do Aço e Leste de Minas, algo em torno de 600 mil habitantes. “Considerando que de acordo com pesquisas recentes cerca de 90% da população possui aparelho de rádio em casa, podemos estimar nossa audiência na casa dos 300 mil ouvintes”, informa Juninho Araújo, o terceiro dos sete filhos do casal Edy Araújo (relojoeiro) e da professora Irani de Castro Araújo. No total, no entanto, computando as três emissoras da Rede Tropical, são atingidas cerca de 250 cidades do Vale do Aço e Zona da Mata, compreendendo uma área com quase dois milhões e meio de habitantes. Juninho Araújo  já exerceu dois mandatos de deputado estadual.

Expansão da cobertura jornalística

A Tropical FM 96,1 apresentou os programas Madrugada Tropical   (Waldeci Oliveira), Bom dia Tropical (Joao Santana), Programa Juninho Araújo (há 25 anos no ar), Tropical Radio Show (Carioca), Clássicos Tropical (Márcio DJ), Tarde Legal  (Márcio DJ), Conexão Tropical     (Carlão), As Dez Mais do Dia (Carlão), Controle de Qualidade  (Marcos Pereira). A emissora de Timóteo foi a única rádio FM da região que transmitia os principais jogos dos times mineiros na Copa do Brasil, Brasileirão e Campeonato Mineiro. A equipe de futebol era composta por Douglas Xavier e Francisco Rezende (narradores), Paulo Roberto Schmidt (comentarista) e Bruno Nogueira (repórter). Também fazem parte da Tropical os locutores Glaucia Rejane e Francisco Rezende.

Para 2015 a Rádio Tropical FM expandiu sua cobertura de noticias regionais e aumentou a participação na promoção de grandes eventos artísticos, especialmente em Timóteo. “Para mim o rádio jamais perderá seu espaço na vida das pessoas. Foi o primeiro grande veículo de comunicação em massa e quando chegou a televisão muitos acharam que perderia seu valor. Mas o rádio continua vivo e forte. Surgiram novas formas de mídia, internet, música pelo pen-drive; iphone , ipod e mais uma vez falaram do fim do rádio. Evidente que precisamos estar atentos às novidades e agregando instrumentos que possam manter o rádio sempre útil e moderno. O rádio precisa se adaptar às novas tendências da modernidade e andar de mãos dadas com outros tipos de mídia, como por exemplo, as mídias sociais na internet, uma vez que hoje além de você ouvir os programas pelo antigo radinho de pilha, você também pode ouvi-lo no seu celular, tablet ou computador. Continuo acreditando na força e eficiência do rádio, pois seu futuro é promissor”, avalia Juninho Araújo, casado com Karine Brandão e pai de Karoline e Thiago.

Márcio Galáxia: na Rádio Tropical desde os primeiros minutos no ar, em Timóteo. Atualmente é a principal voz da Galaxia, onde se projetou

Em 2018, a Rádio Tropical investe em uma nova transmissão FM, vinculada à Rádio Transamérica, com sede em Ipatinga. Atualmente, com o nome 98 FM, a emissora se destaca com o estilo de músicas sertanejas.

Rádios Comunitárias

A expansão da radiofusão diversificou-se também para as rádios comunitárias, sem fins lucrativos. Inúmeras emissoras com formatos religiosos se instalaram na região, com transmissão em FM. Com alcance reduzido, as emissoras comunitárias também competem em um mercado cada dia mais pulverizado por outras mídias.

BIBLIOGRAFIA

Histórias da Bola/TV Cultura do Vale do Aço (Waldecy Castro)/Coletânea “Ipatinga Cidade Jardim” (José Augusto de Moraes)/Diário do Aço (Alex Ferreira)/Classivale (Wander Santos)/Rádio Educadora (Roberto Nogueira e Peterson Machado)/Cultura Entrevista (Alex Ferreira)/TV Cultura Vale do Aço/Uma Paixão Chamada Itatiaia/50 Anos de História/Jornal Vale do Aço (Fernando Silva).

4 Comentários

  • Paulo Bergo disse:

    … parabenizar o artigo. Que bom encontrá-lo.
    Só é necessário fazer uma correção: onde se lê “Vitor Pergo”, o correto é Victor Bergo.
    Abraços!

  • José Oliveira disse:

    Grande histórico do Rádio Vale do Aço. Parabéns! Li com cuidado toda matéria e viajei de fato. Minha história no Rádio começa em 1970 à 75 na Educadora(saída do Leoncio); até 80 -gerente empresarial- BH. 80/90 Vanguarda: Gerente geral e o Programa Roberto Carlos); 90/2012 Nossa Terra Nossagente – produção própria- Galáxia.

  • Leidimar Ferreira de Sa disse:

    Material top, Galáxia fez história

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