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Sérgio Mourão: Advogado, Jornalista e fotógrafo,  pós graduado em Marketing  Político e Gestão Estratégica. Na fotografia profissional é especializado em fotojornalismo, meio ambiente, cultura, esportes e turismo, atividade que exerce há mais de 25 anos, no cenário mineiro em mais de 700 municípios.

 

Por: Sérgio Mourão

Nos primeiros dias de Dezembro, no auge dos preparativos para as festas e acontecimentos de fim de ano, qualquer empresário ou agente que trabalhasse diretamente no turismo ou entretenimento, já estava fazendo suas contas, seu planejamento e “de olho” em 2020, ano bissexto e com nove feriados prolongados, recaindo em segunda, terça, quinta ou sexta-feira, o que faz com que os brasileiros, culturalmente, aproveitam para como diz no jargão popular, “enforcar” o dia de trabalho, emendando folgas.

A economia em alta, o câmbio em baixa, juros caindo, a promessa de muita praia e cachoeira, reservas em hotéis para o Carnaval quase atingindo os 100% (alguns até conseguiram) e muitas reservas até a Semana Santa, tudo favorável.

O ano de 2020 prometia.

De repente tudo mudou. Como por um castigo, diversas regiões de Minas Gerais, e também do Brasil, se viram debaixo d’água em enchentes assustadoras, que ceifaram vidas e destruíram ruas, avenidas, estradas, casas, plantações e sonhos.

Ainda assim, deu tempo de “salvar” algumas economias e ganhos com o Carnaval, que aconteceu mesmo com um aviso de que “algo estranho”, um inimigo invisível estava se espalhando mundo afora, mas que ainda não assustava autoridades e promotores do citado evento.

Mas o inimigo chegou arrasando, sob o nome de Novo Corona Vírus, Covid 19 (Coroa, devido a seu aspecto), e desde o dia 12 de Março, quando foi oficializado o decreto de pandemia mundial, o Brasil e o mundo não são mais os mesmos, e, provavelmente, nunca mais serão.

Vírus, confinamento social, lockdown, quarentena, isolamento vertical, horizontal, OMS, máscara, respirador, álcool em gel, sabão, hospital, leito de morte, passaram a ser assuntos dos tops streamings mundiais.

Todos os setores prejudicados. Confusão política, fake news pra todo lado, aparecimento de “especialistas” em tudo: saúde, lavador de mão, respirador, usador de máscara, remédios caseiros, de todas as maneiras, pra todos os gostos, males e soluções. Economia quebrando da noite para o dia, desemprego generalizado, falta de dinheiro, aviões “no solo”, pátios de transporte lotados, estradas vazias, reservas desfeitas, cancelamentos de viagens, enfim: o caos. E como não poderia deixar de ser, o turismo foi extremamente prejudicado.

Com o tempo a constatação de que o problema é maior do que se imaginava, mas também se constata que algo tem que ser feito. Mas o que fazer? O que acontecerá quando essa pandemia acabar? Como agir?

Dificilmente, especialistas, empresários, administradores públicos, viajantes, turistas e todo o trade turístico, tem uma fórmula ideal e/ou mágica.  Mas o certo é que todos terão que se REINVENTAR, se readaptar a uma nova realidade.

Não será nenhuma novidade, pela descapitalização global, a “incorporação” de pequenas empresas e negócios por grandes empresas e conglomerados dos setores e o estabelecimento de pequenas, médias e grandes parcerias. Principalmente para negócios que mesmo sabendo de suas dificuldades e limitações em permanecer no mercado, insistiam em funcionar. E sempre do mesmo jeito.

Será normal e necessário para funcionar, a transformação de antigos funcionários/ colaboradores/ fornecedores, em sócios e parceiros.

O que acontecerá, daqui pra frente, com o turismo em Minas Gerais?

      Como todo bom brasileiro/mineiro, baseado na vivência no turismo em Minas Gerais, por mais de 25 anos, minha opinião é que devemos voltar às nossas origens e concentrar esforços nas potenciais vantagens mineiras: nossas belezas naturais nos seus cantos e encantos e em toda sua diversidade; nossa alegria, simplicidade e o “jeito mineiro” de ser, nosso espírito jovial criativo e empreendedor; nossa diversidade histórica e cultural, com ênfase na marcante gastronomia, e a hospitalidade sem igual, que caracteriza nossa gente.

Devemos explorar COISAS QUE SÓ EXISTEM AQUI ou seja: determinadas coisas que não existem em outras partes do mundo. Naquele lugar autêntico e exclusivamente mineiro.

Em minha opinião, no mundo todo, pós-pandemia, quando as pessoas começarem, gradativamente, a sair de casa, elas optarão, inicialmente, por destinos sem aglomerações, locais com baixas densidades demográficas, seja de visitantes ou habitantes, ou em atividades de pouca concentração, tumulto e acúmulo de pessoas. Ambientes ao ar livre, em contato com a natureza, hábitos alimentares saudáveis e equilibrados. É claro que isso mudará com o tempo, mas não temos condição de saber quando.

É chegada a hora de valorizarmos o nosso campo, nossos roteiros rurais, nossas paisagens, parques urbanos e rurais, cachoeiras, montanhas, matas, ar livre, fazendas e a gastronomia. Todas serão uma forte tendência para os turistas em Minas Gerais, principalmente nos dias que precederão ao fim da pandemia, em viagens próximas e curtas, em finais de semana, onde os transportes mais usados serão seus carros e pequenas transportadoras locais e regionais.  Aviões, navios (que não é o caso de Minas Gerais), virão depois, com o tempo.

Nossos turistas visarão também, ambientes que imitem a segurança de suas casas, e que propiciem a sua individualidade ou a de pequenos grupos de amigos ou familiares, em busca da EXPERIÊNCIA ÚNICA. Por isso, devemos propor trabalhar com pequenos grupos que vendam o distanciamento, mas não o “isolamento”.

Precisamos ter ROTEIRIZAÇÕES QUALIFICADAS, e sermos, antes de tudo, alternativos e criativos, investindo em gente, sejam colaboradores, parceiros, visitantes, moradores, produtores ou turistas, onde TODOS estarão “abertos”, receptivos e participativos, se sentindo dentro do mesmo barco, em busca da felicidade.

Tudo com muita calma, sem pressa, sem pânico, com muita segurança, adaptados à nova realidade e às novas sensações.

Essa é a minha receita.

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